Servidor que investiga institutos de pesquisa foi indicado do Centrão
Presidente do órgão pede investigação de institutos, que poderiam ter errado de propósito para manipular o mercado e a eleição
Em ofício enviado nesta quinta-feira, 13, ao superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o presidente do órgão, Alexandre Cordeiro Macedo, levanta suspeitas de um conluio envolvendo os institutos de pesquisa realizado a fim de manipular o processo eleitoral. Em vista da acusação, pede a determinação de instauração de inquérito para apuração desse possível esquema. “A discrepância das pesquisas e do resultado é tão grande que verificam-se indícios de que os erros não sejam casuísticos e sim intencionais por meio de uma ação orquestradas dos institutos de pesquisa na forma de cartel para manipular em conjunto o mercado e, em última instância, as eleições”, diz o ofício. O órgão admite a possibilidade de as pesquisas simplesmente terem errado, seja por problemas de amostragem, respostas falsas por parte dos pesquisados ou outras razões, mas insiste na suspeita de conluio, alegando que “é pouco provável que este tipo de erro seja fruto de mero acaso”.
A indicação de Macedo à presidência do Cade teve o apoio do Centrão, tendo sido relatada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), hoje ministro-chefe da Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, Nogueira afirmou que “Macedo tem vasta experiência na área do Direito, tendo já ocupado cargos importantes na hierarquia do Cade”.
O ofício do Cade acompanha movimentações que ocorrem no Legislativo, com o patrocínio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), numa ofensiva contra institutos de pesquisa. Sob forte pressão, as organizações tem sua credibilidade como fator chave para seus negócios, que consistem em realizar estimativas da maneira mais precisa possível. Do contrário, perdem clientela.
Siga o Radar Econômico no Twitter