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A semana de vitória de Haddad sobre Gleisi e a chancela de Lula

VEJA Mercado: Vitória de Haddad e resultado da Petrobras colocam o petróleo no centro das atenções

Por Felipe Erlich 4 mar 2023, 10h01

VEJA Mercado | Fechamento da semana | 27/02 a 03/03

A relação do governo federal com a indústria petrolífera ganhou capítulos contundentes na semana entre o final de fevereiro e início de março. Por um lado, a muito aguardada reoneração da gasolina e do etanol pelo ministro Fernando Haddad foi fonte de grande alívio para os que prezam pelo equilíbrio das contas públicas. Paralelamente, a primeira distribuição de dividendos da Petrobras sob a gestão de Jean Paul Prates, correligionário de Haddad, chamou atenção pelo volume – históricos 35 bilhões de reais – e uma singela ressalva: se depender de Prates, cerca de 20% desse montante será destinado à uma reserva que possa subsidiar o preço do petróleo em altas no mercado internacional, algo a ser definido pela assembleia geral da empresa ao final de abril. Nesse sentido, vale lembrar que a conquista de Haddad, a reoneração dos combustíveis, também veio com a sua ressalva: uma taxa de 9,2% sobre a exportação de petróleo bruto. Assim, dois dos principais braços econômicos do governo, a Fazenda e a Petrobras, deram motivo para o mercado comemorar na última semana, mas sem que interesses distintos também fossem atendidos.

Após um embate angustiante entre a ala mais populista, representada por Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante, e a ala mais fiscalmente responsável do PT, que hoje tem Haddad como maior símbolo, o pragmatismo econômico saiu vitorioso, mesmo que fazendo concessões. Não tendo conseguido fazer com que a oneração dos combustíveis voltasse ao seu patamar original, o ministro da Fazenda optou por criar a taxa sobre exportações, que tem validade de quatro meses, a fim de  garantir a arrecadação que viria dos impostos. Outro aspecto da disputa petista pelos combustíveis que vale ser lembrado foi o papel de Jean Paul Prates. Querendo ou não, Prates auxiliou Haddad nessa disputa. No dia seguinte a uma reunião entre os dois e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras anunciou uma redução de 13 centavos por litro, ou 3,92%, no preço da gasolina nas refinarias. A queda no preço divulgada na última terça-feira, 28, calhou como um “colchão” que vai amenizar o efeito da volta dos impostos e, segundo o ministro da Fazenda, influenciou na definição da reoneração.

Quanto à questão dos impostos sobre os combustíveis, não há muito a se especular, com tudo indicando se tratar de uma decisão definitiva. O caso contrasta com expectativas sobre a Petrobras, que, apesar de viver um momento de bonança, não se sabe o que será da empresa em questão de alguns meses com sinalizações de maior intervenção. Como revelado na quinta-feira, 2, a estatal teve lucro líquido de monumentais 188 bilhões de reais em 2022, o maior da história para uma empresa de capital aberto no Brasil. Junto disso, veio a notícia dos 35 bilhões em dividendos e o pedido para que 20% deles fossem para um fundo estratégico. Apesar dos valores animadores, a companhia teve um desempenho ruim na bolsa de valores na esteira dos anúncios. Críticas de Lula à distribuição de dividendos pela Petrobras foram apontadas como a razão para a queda nas ações. O petista manifestou achar um absurdo que o montante seja destinado a acionistas minoritários quando poderia ser investido no país. Com isso, seguem as incertezas sobre como o governo poderia intervir de maneira mais incisiva na política da empresa.

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No setor privado, dois resultados negativos ganharam destaque na semana. A Hapvida reportou um prejuízo de 316 milhões de reais no quarto trimestre de 2022, enquanto a BRF divulgou prejuízo de 956 milhões para o mesmo período. O dado preocupante da operadora de saúde foi suficiente para fazer as ações caírem 35% durante a tarde do dia do anúncio, além do banco Credit Suisse escrever em nota que vê um ano pressionado para a companhia. Já no caso da BRF, as ações tiveram um bom desempenho apesar do prejuízo quase bilionário. Os motivos, segundo analistas, são um plano robusto de desinvestimentos da empresa e bons números de sua divisão brasileira.

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