3º. Setor: empresários investem em nova empreitada social
Ex-ministro e executivos do mercado financeiro lançam fundo patrimonial “Fonte” para sustentabilidade de projetos sociais
Já bastante conhecidos no exterior, os chamados fundos “endowment” começam aos poucos a ganhar visibilidade no Brasil. Uma das iniciativas em curso junta empresários, executivos do mercado financeiro e um ex-ministro da Agricultura no lançamento do Fonte Endowment, um fundo aberto que terá como foco prioritário projetos na área de educação e em causas humanitárias.
Esses fundos patrimoniais ou filantrópicos se diferenciam dos demais ativos por serem formados por recursos doados por pessoas físicas ou jurídicas, que são investidos no mercado financeiro. Os rendimentos obtidos são utilizados depois para financiar ações de interesse público ou social, mantendo o patrimônio original preservado.
“O Fonte traz aos seus doadores algo mais valioso do que o mero retorno financeiro. Este endowment visa promover e atender ao interesse coletivo, proporcionando perenidade aos projetos sociais apoiados. Os recursos recebidos serão investidos e o rendimento líquido será integralmente doado para os projetos apoiados, mantendo assim, intacto o investimento inicial”, conta Paulo Oliveira, presidente do comitê de investimentos do fundo.
Além de Oliveira, que é presidente da Bolsa OTC Brasil e foi vice-presidente da antiga BM&FBovespa, a iniciativa tem a participação de nomes como Antônio Cabrera Mano Filho, ex-ministro da Agricultura; Casseb Melo, sócio da Heliar Baterias; Hugo Melo Giallanza, presidente da Brasil Startups; Pedro Rosa, CTO da Bcodex; e Dongley Martins, CEO da Goodz Investimentos.
A possibilidade de focar na gestão de ativos próprios, a estabilidade proporcionada pela natureza perene do fundo e o tratamento legal específico, estabelecido pela Lei nº 13.800/2019, são vistos no mercado como algumas das vantagens para a operação dos fundos “endowment”. Mas é preciso considerar algumas situações específicas que podem pesar na gestão do ativo, como a necessidade de manter uma estrutura própria e a possibilidade de mudanças nos rumos da instituição ou na causa apoiada.
Para escapar disso, os próprios criadores do Fonte desembolsaram R$ 100 mil. “Foi o suficiente para tirar o fundo do papel e estruturar a plataforma para receber as doações a longo prazo”, explica Oliveira. A meta é arrecadar R$ 12 milhões até o fim do ano, sendo R$ 2,5 milhões de pequenos investidores. “A plataforma ficou pronta em dezembro, e só no boca a boca conseguimos R$ 5 mil no mês dos pequenos investidores.”