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Mapa de riscos em 2023

A primeira regra é reconhecer que tudo pode ocorrer

Por Murillo de Aragão 18 dez 2022, 08h00

O futuro a Deus pertence, mas examinar riscos potenciais não é mero exercício de futurologia. É verificar as tendências possíveis e buscar aproveitar as oportunidades para minimizar riscos. Por isso, milhões de dólares são gastos na prospecção das probabilidades.

Mergulhar no mundo das tendências implica lutar contra as preferências e as convicções. É como analisar uma partida e constatar que seu time está jogando mal. É reconhecer os erros. Muitos fazem exercício de tendências baseados em preferências pessoais ou na tese do “não é possível que tal coisa possa acontecer”.

A primeira regra, ao se observar 2023 do ponto de vista de dezembro de 2022, é reconhecer que tudo pode ocorrer. O novo ano é página em branco a ser escrita. A segunda regra é identificar riscos. E alguns já despontam no horizonte: o contexto internacional e suas consequências inflacionárias e comerciais para o Brasil; a conjuntura nacional de inflação; as pressões salariais; o aumento dos gastos públicos.

No campo internacional, o Brasil é passageiro de um mundo conturbado. Nossas ações devem ser preventivas em relação às nossas fragilidades, em especial no tocante ao combustível refinado. A questão dos fertilizantes parece resolvida no cenário imediato, mas existem incertezas importantes.

Na seara nacional, o ímpeto para investimentos está contido por conta dos rumos da política econômica. Não se teme uma tragédia, mas erros podem abalar a confiança e até gerar retrocessos na agenda de reformas. As expectativas para a alta do PIB em 2023 são pálidas.

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Devemos observar os índices de confiança, que estão em queda, no primeiro trimestre do ano. Será uma amostra da confiança por parte do empresariado e do consumidor na economia. Não se trata apenas de a questão ser mais ou menos liberal, como alguns no novo governo pensam. Trata-se da questão de atuar com pragmatismo e previsibilidade.

“Existe o temor de que as turbinas da política econômica funcionem em contradição e desarmonia”

Há discussões represadas que podem fazer aflorar, por exemplo, demandas por reajustes salariais de categorias do serviço público, além dos efeitos da bomba fiscal da PEC da Transição, o que poderá desembocar em aumento de impostos. São riscos que estão sendo considerados pelo mundo privado.

Existe ainda o temor de que as turbinas da política econômica funcionem em contradição e desarmonia. Por exemplo: o Ministério da Fazenda adotando práticas expansionistas, e o Banco Central seguindo na linha oposta, por temor de um surto inflacionário.

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Nesse sentido, o ocorrido há poucos meses no Reino Unido é lembrado por líderes do mercado financeiro. A breve primeira-ministra Liz Truss colocou o país na rota da incerteza, e o Banco da Inglaterra teve de intervir, comprando dívida de longo prazo para impedir o colapso da libra. Desavenças na política econômica são fatais, caso não sejam resolvidas de forma pragmática.

Portanto, vale dizer, sem juízo de valor em relação ao novo governo e desejando o sucesso que os brasileiros merecem: o cenário do ano que vem é complexo. E o julgamento da realidade tem sido, claramente, negativo. Basta ver os índices futuros e o desempenho do mercado acionário. Caberá à futura gestão reverter as expectativas e não deixar a defesa desguarnecida por conta de um imaginário desconectado da realidade.

Publicado em VEJA de 21 de dezembro de 2022, edição nº 2820

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