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Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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Melhora do emprego dependerá das estratégias adotadas pelo governo

Não será pequeno o desafio dos formuladores da política econômica e a complexidade do processo de aprovação de medidas pelo Congresso

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 1 jul 2020, 16h47 - Publicado em 1 jul 2020, 15h44

Os resultados da PNAD Contínua de maio, ontem divulgados pelo IBGE, mostrou um agravamento do mercado de trabalho. O desemprego foi acrescido de 7 milhões de indivíduos, queda de 7,5% em relação a maio de 2019. Pela primeira vez, as pessoas que trabalham em relação às de idade ativa chegou a 49,5%. Mais da metade, pois, de pessoas em idade de trabalhar não tem emprego.

A taxa de desemprego subiu apenas levemente em maio: 12,9% em comparação com 12,6% em abril, mas o número pode iludir. Quem perde a ocupação leva tempo para buscar outro emprego e aumenta o grupo dos desalentados. Isso tem sido mais forte por causa da pandemia e da dificuldade de locomoção para buscar um novo posto de trabalho.

A PNAD mostrou o impacto desfavorável da pandemia sobre os trabalhadores informais, de menor renda. Por isso, a elevação de 4,9% da renda média não reflete ganhos salariais, mas o fato de os trabalhadores formais, de maior renda, sofrerem menos com a crise.

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Mais preocupante é saber que o pior está por vir. Deve crescer, em futuro próximo, o número de empresas que não resistirão à crise ou enfrentarão uma queda de suas atividades. Falência e recuperação judicial aumentarão nos terceiro e quarto trimestres, acarretando maior dispensa de trabalhadores.

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Assim, as projeções sobre a taxa de desemprego em 2020 variam de 15% a 18%. Perto de 20 milhões de trabalhadores ficarão sem acesso a postos de trabalho. Os desalentados vão começar a procurar empregos, mas nem todos os encontrarão. Haverá, provavelmente, uma piora da qualidade do mercado de trabalho. A informalidade poderá ser a porta de reentrada no mercado, o que pode resultar em informalidade perpétua para muitos trabalhadores. A produtividade deve cair.

Por último, o mercado de trabalho deve caracterizar-se por elevado grau de regressividade. A crise se abaterá mais sobre os informais do que sobre os formalizados. Motoristas de Uber tenderão a ser mais afetados do que taxistas. Mulheres tenderão a ficar mais desempregadas do que homens.

Essa situação poderá ser revertida se a economia voltar a crescer a partir de 2021. Isso dependerá, todavia, da estratégia do governo para promover a recuperação mais forte da atividade econômica no período pós-pandemia. A situação tende a ficar mais difícil porque deve cair o potencial de crescimento do PIB por causa da destruição de capital (quebra de empresas) e da queda da produtividade.

Não será pequeno o desafio dos formuladores da política econômica e a complexidade do processo de aprovação de medidas pelo Congresso. O ministro da Economia tem dito que o Brasil vai surpreender o mundo. Rezemos para que ele esteja certo.

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