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Fila de espera para comprar iates de luxo no Brasil chega a dois anos

O mercado atrai pessoas dispostas a gastar até 100 milhões de reais em uma embarcação

Por Camila Barros Atualizado em 26 abr 2024, 07h40 - Publicado em 26 abr 2024, 06h00

A pandemia de covid-19 provocou impactos negativos em diversos setores econômicos, derrubou as economias de países ricos e pobres e fez a inflação se tornar um pesadelo global. Alguns segmentos, contudo, foram na direção oposta. Com o avanço dos negócios digitais, o comércio eletrônico e as plataformas de videoconferências, para citar poucos exemplos, viraram febre. Isso é conhecido. A novidade está numa área que, desde a crise sanitária, vive uma explosão de consumo. Trata-se do mercado náutico de luxo, destinado a pessoas dispostas a desembolsar milhões de reais por embarcações que reproduzem, nos oceanos, o conforto de que desfrutam em seus lares. Na pandemia, o isolamento limitou o convívio social e fez com que muitos ricos buscassem alternativas de lazer. O mar estava ali, à espera de ser desbravado.

Como não poderia deixar de ser, o aumento repentino na demanda pressionou a cadeia de fornecimento dos estaleiros brasileiros, que importam grande parte de suas peças. O resultado foi a alta nos preços das embarcações e o aumento da fila de espera para recebê-las. Em alguns estaleiros, as encomendas demoram dois anos para ser estregues e os preços dos iates chegam a 100 milhões de reais. “O mercado está em processo de acomodação, junto com a cadeia de fornecimento”, diz Roberto Paião, presidente da fabricante brasileira Okean Yachts. “O crescimento foi muito abrupto e agora o mercado está se adaptando, mas ainda estamos num patamar acima do nível pré-pandemia.”

Estaleiro em Itajaí: produtos feitos para exportação
Estaleiro em Itajaí: produtos feitos para exportação (Lio Simas/Divulgação)

A empresa produz iates de 52 a 100 pés, com preços que vão de 10 milhões a 65 milhões de reais. Paião diz que embarcações maiores, acima de 70 pés, têm sido a tendência entre os clientes e que o mercado vê cada vez mais consumidores de primeira viagem: na Okean, 30% deles nunca haviam comprado um barco. O empresário Júlio Mendes faz parte desse grupo. “Decidi investir num iate porque já tinha todo o resto — carro, casa, roupas”, diz. “Tenho uma casa na beira de um rio, então me pareceu uma boa ideia ter um iate para me buscar na porta de casa.”

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O mercado brasileiro permanece em alta mesmo no pós-pandemia. A filial do estaleiro italiano Azimut, um dos mais renomados do mundo, revela ter faturado 500 milhões de reais entre setembro de 2022 e setembro de 2023, período chamado de “ano náutico”. O montante representa um aumento de 25% em relação ao ano anterior e é fruto da venda de 47 embarcações. “Para a temporada de 2024, a nossa expectativa é fabricar 47 barcos e faturar 550 milhões”, afirma Francesco Caputo, executivo-chefe da operação brasileira. Uma tendência forte do mercado é a internacionalização. Segundo a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos, as exportações náuticas somaram 150 milhões de dólares em 2023 — um recorde. Entre os principais destinos estão Estados Unidos, Austrália e Portugal. Mais uma vez, singrar os mares pode render tesouros.

Publicado em VEJA, abril de 2024, edição VEJA Negócios nº 1

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