Vale deve provisionar mais US$ 4 bi por indenizações de Brumadinho
Banco Morgan Stanley acredita processos sairão mais caros que o previsto; VEJA antecipou movimento em fevereiro
Protagonista dos maiores desastres ambientais da história recente do Brasil, a mineradora Vale deve provisionar mais 4 bilhões de dólares (o equivalente a 21 bilhões de reais) no primeiro trimestre de 2021, além do que já foi provisionado, aponta um relatório do banco Morgan Stanley. O valor pode ser destinado para sanar processos movidos por investidores estrangeiros na Justiça americana, conforme antecipado por VEJA, em fevereiro. À época, falava-se que os custos de processos contra a empresa em solo americano poderiam causar um rombo de 5 bilhões de dólares aos cofres da mineradora. O montante é bastante superior se comparado com o que recebem as verdadeiras vítimas dessa tragédia, que deixou mais de 260 mortos. Hoje, nos tribunais, a mineradora é acusada de negligência, crime ambiental, homicídio doloso e de ser responsável pelo impacto que o desastre causou a investidores mundo afora. E é justamente esse último grupo que deverá receber a maior parte das indenizações que a empresa estima desembolsar.
Vale ressaltar que, na última segunda-feira 16, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acertou a venda de 2,5 bilhões de reais em ações da Vale para um cliente estrangeiro do Morgan Stanley. Realizado por meio da corretora do Bradesco, o negócio começou com a venda de 27 milhões de ações e, com a disponibilidade do vendedor, subiu para 40 milhões. No mercado, fala-se que o comprador, por meio do Morgan Stanley, seja o fundo norte-americano Capital Group, que já vinha aumentando sua fatia na Vale.