Técnicos do TCU dizem que medidas do MME não eliminam risco de blecaute
Consumidores até agora não sabem metas de redução de consumo
Os técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) estão alertando que as medidas tomadas até agora por conta da crise hídrica não são suficientes para eliminar o risco de racionamento do consumo. “Tampouco o risco de blecaute”, diz relatório encaminhado ao ministro Benjamin Zymler. Os técnicos sugerem que o ministro proponha oitiva da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), que é comandada pelo ministro Bento Albuquerque, e depois determine a elaboração de um plano de contingência estratégico para enfrentamento da crise. “Existem indícios que a atuação da referida Câmara não está sendo suficiente para afastar o risco de desabastecimento, o que sugere a necessidade de adoção de medidas mais incisivas por parte desta Corte de Contas”, diz relatório datado do dia 13 de setembro.
Apesar de algumas medidas já terem sido tomadas, os técnicos apontam para a falta de efetividade e medidas tomadas no afogadilho. Um exemplo é o caso do bônus para o consumidor que reduzir o consumo de energia. O programa começou no primeiro dia de setembro, mas os consumidores não sabem qual é a sua meta de redução de consumo e mesmo que economizem não vão observar queda na fatura de energia, já que o bônus será registrado só em janeiro. Ou seja, não tem um estímulo efetivo para participar do programa. Além disso, os técnicos apontam para a preocupação para a queda de alguns reservatórios para níveis nunca antes observados, o que significa que os operadores sequer podem ter certeza que essas hidrelétricas irão funcionar nos meses mais críticos.