O momento em que até o presidente do Banco Central fala em ruídos fiscais
VEJA Mercado: bolsa chega ao suporte de 117 mil pontos e Roberto Campos Neto diz que governo precisa dizer de onde sairá o dinheiro do novo Bolsa Família
VEJA Mercado abertura, 18 de agosto.
Quando até o presidente do Banco Central fala em ruídos em relação aos impactos fiscais do novo Bolsa Família e o parcelamento dos precatórios é porque o mercado já está mesmo incorporando os riscos no preço. Não à toa, a bolsa chegou aos 117 mil pontos no pregão de ontem, depois de ter namorado recordes históricos de 130 mil pontos, em julho. A confiança de que a bolsa ainda pode terminar neste patamar recorde caiu drasticamente no mercado, como mostra uma pesquisa do Bank of America. Na pesquisa deste mês, 49% dos gestores esperam que o índice termine neste patamar ou acima. Eram 78%, no mês passado,
Roberto Campos Neto falou dos tais ruídos em live do Bradesco BBI no fim da tarde de ontem e disse que isso está afetando as projeções do mercado financeiro para a inflação de 2022, que pode ficar fora da meta. Se o cenário se confirma, juros mais altos à vista. E Campos Neto também disse que o governo precisa deixar claro de onde vai sair o dinheiro do Bolsa Família. O fato é que o mercado já sente os efeitos do risco do processo eleitoral antecipado e a ameaça ao teto de gastos.
Mas existe também uma questão técnica relacionada aos pontos do Ibovespa que aciona o stop loss de alguns fundos. O Genial Investimentos diz que 117 mil pontos é um teste de suporte, o que significa que a bolsa pode corrigir as perdas no pregão de hoje e subir até o suporte de alta de 122 mil pontos ou despencar de vez ao suporte dos 110 mil pontos. Como se sabe, na bolsa tudo pode acontecer a depender dos ventos.
Além disso, o mercado também pode repercutir o novo adiamento da reforma do imposto de renda que está fadada a não ter acordo, como admitiu ontem o presidente da Câmara, Arthur Lira. No cenário internacional, existe uma expectativa dos investidores a com ata da reunião do comitê monetário internacional dos Estados Unidos, o Fomc.
+O que é teto de gastos e por que ele estressa tanto o mercado?