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Nova captação da Ânima Educação equivale à posição dos controladores

Novos acionistas, se organizados, podem equiparar grupo controlador; investidores se questionam sobre intenção por trás da oferta

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Felipe Mendes Atualizado em 24 nov 2020, 19h56 - Publicado em 24 nov 2020, 19h46

Gerou estranhamento o tamanho do follow on que a Ânima Educação anunciou na noite desta segunda-feira, 23. Muitos se perguntam: isso é uma nova oferta primária de ações ou uma porta de saída para a venda da empresa?

Isso está acontecendo porque o volume de ações que será disponibilizado se equivale exatamente ao montante detido pelos controladores da empresa: até 36,4 milhões de ações. E o maior acionista, Daniel Castanho, possui participação de apenas 11,6%. Para alcançar 33,2% considerado como parte dos controladores, as posições de outros 11 acionistas precisam ser somadas. Ou seja, caso um player decida tomar pouco mais de um terço das ações do follow on, ele já seria o maior acionista da Ânima, já que a emissão primária diluirá o controle dos atuais acionistas.

A captação está sendo realizada para que a empresa consiga pagar a aquisição de ativos vendidos pela Laureate, como as universidades FMU e Anhembi Morumbi. O valor acordado na negociação é de 4,4 bilhões de reais. Mas, pode sair mais caro, já que a empresa terá de destinar 180 milhões de reais de multa a Ser Educacional pela rescisão do acordo firmado pela empresa com a Laureate, além de 200 milhões de reais adicionais atrelados à geração de vagas nos cursos de medicina. Segundo o último balanço, a Ânima tem 790 milhões em caixa, que poderá ser inflado em 1,135 bilhão de reais com a captação na bolsa. Ainda assim, faltará bastante para conseguir arcar com a aquisição.

Inicialmente, a oferta prevê a distribuição primária de 27 milhões de novas ações, montante que pode ser elevado de acordo com a demanda, ou o apetite, dos investidores. Uma das preocupações do mercado é de que a empresa esteja abrindo espaço, com isso, à concorrência. Há fundos de investimento com participações agressivas em empresas do setor, como é o caso da YDUQS (antiga Estácio), hoje controlada pelo fundo Advent. Em casos assim, a compra acima de 5% da participação por parte de um concorrente é, necessariamente, apreciada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade. No último ano, por exemplo, o órgão antitruste teve de agir para impedir o excesso de concentração da CSN na participação acionária da Usiminas. “Provavelmente, a Ânima usará mecanismos para se proteger. Ela pode, por exemplo, colocar uma regra em estatuto, se é que já não tem, determinando que se alguém ultrapassar 20% de participação na empresa, terá de fazer uma oferta pela companhia toda”, afirma uma fonte do setor.

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A precificação do follow on será no dia 3 de dezembro. Estima-se que a operação gire em torno de 1 bilhão de reais. Os bancos Bradesco BBI, Santander Brasil, UBS BB, Itaú BBA e JPMorgan estão coordenando a negociação. Diante da suspeição do mercado, as ações da Ânima caíram consistentemente durante o pregão desta terça-feira, 24. O papel terminou o pregão com desvalorização de 1,96% em relação ao dia anterior. O Radar Econômico entrou em contato com a Ânima, que não se posicionou alegando estar em período de silêncio.

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