Mercado se dá conta do fim da agenda do governo e bolsa derrete
VEJA Mercado: Ibovespa cai 3,78%, a maior queda em seis meses; estatais despencaram
VEJA Mercado | Fechamento | 8 de setembro.
A ficha caiu. Após meses de crise política, fiscal e institucional, o mercado financeiro se deu conta que não há mais clima algum para prosseguimento da agenda reformista e de privatizações do governo federal. Após o 7 de Setembro e a subida de tom nos discursos dos líderes dos Três Poderes, os analistas perderam de vez a esperança de que alguma medida seja aprovada ainda neste mandato. “O ponto é que caiu a ficha de que a agenda de reformas foi colocada de lado até onde a vista alcança. Vamos ver de volta o velho problema de se governar por medida provisória, pois o Congresso vai rechaçar votar a agenda do governo”, avalia Alexandre Espirito Santos, economista-chefe da Órama Investimentos. O Ibovespa fechou em forte queda de 3,78%, a 113.412 pontos, o maior recuo em seis meses.
As baixas foram generalizadas. Papéis correlacionados ao cenário político e macroeconômico do país despencaram. A Petrobras caiu 5,52%, enquanto a Eletrobras, última privatização relevante sancionada, recuou 9,29%. Ações de bancos, como Bradesco e Banco do Brasil, se desvalorizam 5,76% e 4,22%, respectivamente. “A agenda reformista vinha carregando o mercado há um bom tempo, mas, agora, as privatizações deixaram de estar em discussão e dificilmente vão acontecer. O fim dessa pauta machuca bastante o mercado. Está nítido que não vai voltar mais”, diz Nicolas Merola, analista de ações e fundos da Inversa. Apenas cinco papéis fecharam no azul. Destaque para a Localiza, que subiu 8,03% após se beneficiar da indicação do Cade de aprovação da fusão com a Unidas.
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