Gringo cansa de tantos atritos políticos e bolsa brasileira cai
VEJA Mercado: índice Ibovespa não se segura no azul e analistas responsabilizam clima hostil em Brasília pelo mau humor dos investidores
VEJA Mercado fechamento, 17 de agosto.
Queda livre. Esse é o sentimento de alguns analistas quando o assunto é bolsa de valores. É fato que o clima de incertezas já vem de algumas semanas, mas as quedas passaram a ser mais acentuadas nos últimos sete dias e existe um fator determinante nessa conta: o investidor estrangeiro. “Impeachment contra ministro do STF, discussão sobre urna eletrônica, voto impresso, CPI contra o presidente, desfile militar. Fico imaginando como as notícias chegam lá fora. Precisamos lembrar que, além disso tudo, o Brasil é um país emergente. Quem colocaria o dinheiro aqui diante de um cenários desses?”, questiona Rodrigo Barreto, analista da Necton Investimentos.
O Ibovespa, que chegou a atingir a mínima de 116.247 pontos com queda de quase 2,5%, esboçou reação na reta final do pregão e fechou em queda de 1,07%, a 117.903 pontos. Nenhum dos papéis de mais peso no índice foi capaz de segurar o índice nesta terça-feira. A Vale fechou em queda de 1,65%, enquanto Santander, Bradesco e Itaú recuaram 0,62%, 0,39% e 0,36%, respectivamente. A proposta de reforma tributária já está no preço dos bancos, que, agora, torcem por alguma notícia positiva nesse sentido. A Petrobras, por sua vez, fechou no zero a zero. “O mercado ficou muito emocional e pouco racional. A venda a qualquer preço distorce todos os papéis. Vejo o viés de baixa como uma oportunidade”, acredita Barreto. O dólar, que chegou a bater 5,30 reais durante o dia, cedeu no fim da tarde e fechou em queda de 0,20%, a 5,27 reais.