Distribuidores de carne protestam contra aumento de ICMS em SP
João Doria acabou com benefício tributário do setor
Empresários do setor de distribuição de proteína animal preparam uma manifestação em São Paulo no próximo dia 4, caso o governo do Estado não atenda a reivindicação do setor, de derrubada da lei que acaba com o benefício da isenção do ICMS para o setor. Os empresários realizaram reuniões com o governo nos últimos dias e saíram de mesa de negociações com a promessa de uma resposta até a próxima segunda-feira, dia 1º.
O aumento do imposto foi aprovado pela gestão de João Doria no fim do ano passado, em um pacote de ajuste fiscal por conta da queda da arrecadação na pandemia. O aumento ocorreu com a criação da figura do complemento de imposto para as alíquotas de 7% e 12%. De acordo com o Decreto n° 65.253 de 2020, o governo paulista tirou o benefício da redução da base de cálculo do ICMS e aumentou a alíquota que era de 7% para 9,4% e a alíquota de 12% passou para 13,3%. Os empresários do transporte de proteína animal pedem que seja retirado o fim de isenção do ICMS.
“O fato é que o ICMS aumento 11 vezes para o setor, por isso estamos sofrendo a concorrência de empresas de outros estados”, afirma Carlos Iorio, presidente da Associação dos Distribuidores de Proteína Animal do Estado de São Paulo (Adiesp), umas das entidades que lideram o movimento.
“Não somos ligados a partido algum, a político algum, não queremos bagunça, não queremos provocar o caos, só queremos a garantia de que poderemos continuar trabalhando e levando os produtos de primeira necessidade sem medo de ser pego de surpresa com leis que estrangulam e inviabilizam mesmo o setor de transporte, produtivo e rural”, afirma Iorio.
A Secretaria de Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo enviou uma nota ao Radar Econômico, que você lê abaixo, na íntegra:
Desde o ano passado, o Governo de São Paulo dialoga com o setor de carnes e aves sobre a redução de benefícios fiscais em caráter emergencial e temporário, de até 24 meses.
Como resultado destas conversas, em dezembro, para as aves, o governo restabeleceu o benefício fiscal concedido. Nas operações dentro do estado, a atividade voltará a pagar 7% de ICMS a partir de 1º de abril. Portanto, houve reversão total após o diálogo.
No caso da carne, o governo restabeleceu parte do benefício fiscal concedido para abatedores e frigoríficos. A partir de 1º de abril, a atividade pagará 6,1% de ICMS. A alíquota base de ICMS é de 12% e o benefício concedido ao setor é o crédito outorgado. Desta forma, carnes e aves continuam a usufruir de benefícios fiscais.
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