A interdependência entre a valorização do real e o avanço das vacinas
Imunizantes abriram o apetite de investidores estrangeiros por risco em mercados emergentes e isso mostra como é importante uma vacina para o país
O avanço mais acelerado na aprovação emergencial de vacinas para combater a pandemia de Covid-19 deflagrou um fluxo monetário intenso para países emergentes, como o Brasil. A redução do risco de investir nesses países explica em boa parte o melhor desempenho das moedas dessas nações, como o real, segundo o economista-chefe do Instituto Internacional de Finanças (IIF), Robin Brooks. Como o real despontava como uma das piores moedas de 2020, o fluxo reverso já se iniciou, o que colocou a moeda brasileira como a de melhor desempenho entre os dias 30 de outubro e 8 de dezembro.
“As notícias positivas sobre vacinas provocaram uma recuperação massiva nas moedas de países emergentes desde o final de outubro. O real brasileiro subiu 13% desde então e uma grande desvalorização ainda permanece. Temos valor justo para o dólar em relação ao real próximo a 4,50 reais”, afirmou. Nestes primeiros dias de dezembro, o fluxo de dólares para o Brasil continua grande, com uma entrada líquida na bolsa de 4,8 bilhões de reais.
Contudo, isso abre uma situação de risco para o Brasil, uma vez que o governo federal se comporta de maneira errática em relação às vacinas. Fica claro que a economia se beneficiaria muito caso uma vacina, eficaz, pudesse ser distribuída massivamente o mais rápido possível.
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