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Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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Por que avaliar políticas públicas

A avaliação pode melhorar o uso do dinheiro dos tributos e permitir a aplicação racional de programas governamentais

Por Maílson da Nóbrega 29 abr 2018, 12h39

Projeto de lei de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), recentemente aprovado pelo Senado, institui a avaliação de políticas públicas, uma ação já utilizada com sucesso em muitos países.. Será valioso instrumento de gestão fiscal.

Não é de hoje que o Brasil é retardatário no emprego de bons métodos de gestão fiscal. Por exemplo, a regra adotada em muitos países desde o século XVIII, a de que o orçamento deve conter todas as receitas e despesas (princípio da universalidade) somente chegou aqui há trinta anos. Uma boa parte delas integrava o Orçamento Monetário, aprovado pelo Conselho Monetário longe das vistas do Congresso e da sociedade.

A avaliação de políticas públicas se acentuou depois da crise financeira de 2008, que implicou ações agressivas de gastos e de políticas monetárias, para evitar a repetição da Grande Depressão dos anos 1930. Tais ações foram bem-sucedidas em seus propósitos, mas legaram sérios problemas de endividamento público. Daí os cortes de gastos, principalmente em países a braços com dívidas públicas insustentáveis.

Surgiu, então, a necessidade de racionalizar a gestão de políticas públicas, visando a estabelecer prioridades e a minimizar o efeito dos cortes em áreas essenciais, particularmente nas do campo social: saúde, educação e assistência social.

Como disse o senador José Serra em artigo no Estadão (26/4/2018), o projeto “institucionaliza no país um sistema permanente de revisão de gastos, conhecido internacionalmente como Spend Reviews. É um modelo que já tem sido testado em diversos países – Austrália, Canadá, Reino Unido, Holanda e Dinamarca – especialmente depois da crise de 2008, com bons resultados”.

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As Spend Reviews adotam diversas metodologias, podendo ser anuais ou plurianuais. Podem focalizar todas as despesas previstas nos orçamentos ou mirar áreas selecionadas. O objetivo é sempre o mesmo, qual seja o de melhorar a gestão fiscal, especialmente nas áreas afetadas pelos cortes orçamentários.

Se adotada no Brasil, a avaliação de políticas públicas pode servir de exemplo para outras áreas. Será o caso das políticas relacionadas com a concessão de incentivos fiscais e de subsídio creditício. Isso permitirá saber se tais ações geram os resultados esperados, tais como o do crescimento da economia, do emprego, da renda e, por fim, do bem-estar.

Por exemplo, parece difícil aceitar que a indústria automobilística brasileira ainda precise de benefícios fiscais para o seu desenvolvimento mais de sessenta anos de sua instalação por aqui. Ou, na mesma linha, se os incentivos ao desenvolvimento regional precisam ser mantidos, reformulados ou pontualmente revogados.

O Brasil ganhará com a aprovação do projeto. Sua adequada implementação permitirá que não precisemos esperar três séculos para adotar princípios de finanças públicas e de políticas governamentais que deram certo em outros países.

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