Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Conteúdo para assinantes
Continua após publicidade

O câmbio é flutuante, mas a situação não é de normalidade

Pânico, ainda que exagerado, provoca excessiva volatilidade na cotação do dólar

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 30 jul 2020, 19h06 - Publicado em 9 mar 2020, 12h43

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer hoje que “o câmbio é flutuante”. Afirmou também que o governo está tranquilo diante da evolução da epidemia do coronavírus e dos movimentos nos preços dos ativos, principalmente do dólar e da bolsa de valores.

O ministro precisa mudar o seu discurso. O mercado, as consultorias e o grupo de economistas que entendem do assunto sabem disso há mais de dez anos. Ocorre que o comportamento dos preços dos ativos não reflete situação de normalidade. Há sinais de pânico, ainda que exagerados, o que provoca excessiva volatilidade na taxa de câmbio.

Em tal situação, cumpre ao governo usar seu poder de comunicação e a força de seus instrumentos de política econômica para acalmar os mercados e reduzir a volatilidade. Oscilações excessivas da taxa de câmbio têm efeito deletério sobre as expectativas dos agentes econômicos, exacerbam climas de incertezas e podem provocar graves e desnecessários prejuízos para as empresas e para a economia.

Imagine, por exemplo, o caso de uma empresa que tem a obrigação de pagar hoje o valor de uma importação ou o liquidar um compromisso externo que se vence nesta data. Haverá uma inequívoca perda, que poderá até mesmo levar a empresa a enfrentar periclitantes dificuldades financeiras.

Continua após a publicidade

O ministro precisa ser enfático em afirmar que o governo não ficará de braços cruzados, olhando o circo pegar fogo. É necessário que venha a público dizer que o governo está decidido a usar todos os recursos à sua disposição para acalmar os mercados e coibir indesejáveis movimentos especulativos, particularmente com a taxa de câmbio.

Ao calar-se diante dessa realidade, o ministro incorre em dois erros. Primeiro, emite um sinal de despreocupação com a volatilidade atual, indicando aos mercados que não se incomoda com a situação. Isso tende a contribuir para intensificar a especulação e o pânico. Segundo, em certo sentido desmente os esforços que o Banco Central vem realizando no sentido de intervir no mercado de câmbio e evitar o surto especulativo que já está instalado.

Se assim o fizer, sua própria declaração, sinalizando firmeza no enfrentamento da situação, pode funcionar, a exemplo do que costuma ocorrer, como antídoto inicial contra a excessiva volatilidade no mercado de câmbio.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.