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A revolução que baixará os juros

Inovações institucionais e a tecnologia ampliarão o crédito

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 10 Maio 2019, 07h00 - Publicado em 10 Maio 2019, 07h00

Em 2018, o crédito ao setor privado nos Estados Unidos atingiu 29,3 trilhões de dólares. Os bancos representaram 38% desse total. Excluídos os títulos adquiridos de empresas, o porcentual cai para 20%. Lá, 80% do crédito nasce no mercado de capitais.

O sistema bancário americano compete com várias instituições financeiras que investem em títulos emitidos por empresas, em recebíveis e em outros instrumentos. São os investidores institucionais — fundos de investimento, seguradoras e fundos de pensão.

O crescimento dos investidores institucionais também tem ocorrido no Brasil. Eles já representam 70% da poupança financeira, segundo cálculos do economista Carlos Antonio Rocca. O mercado de capitais será, pois, a grande fonte de crédito do país.

Essa é uma das pontas de uma revolução. A outra é a Selic, a taxa básica do Banco Central, hoje em nível historicamente baixo (6,5%). Se a reforma da Previdência passar, o risco do país cairá. Será maior a confiança na economia. A Selic diminuirá.

Ademais, a criação da Taxa de Longo Prazo eliminou subsídios nas operações do BNDES e reduziu a segmentação do crédito, o que aumentará a potência da política monetária e permitirá o controle da inflação com uma Selic cada vez menor. Haverá redução das taxas de juros e do spread bancário.

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Inovações institucionais e a tecnologia digital diminuem custos e assimetrias de informação. A duplicata eletrônica e o registro centralizado de direitos creditórios por empresas credenciadas pelo Banco Central reduzirão custos, riscos operacionais e fraudes. A oferta de crédito, mais segura, se ampliará.

A nova lei do cadastro positivo aumentará as informações. Agora, a adesão será obrigatória, a menos que os clientes se oponham. O processamento será feito também por birôs de crédito, embora leve tempo para que outras instituições acumulem a mesma quantidade de dados detida pelos bancos.

A avaliação de risco de crédito terá mais qualidade e será acessada por um crescente número de instituições, incluindo fintechs. Isso tende a resolver o maior desafio das startups financeiras, o de precificar corretamente seus riscos.

O BC acaba de dar o passo inicial para a implementação do Sistema Financeiro Aberto (Open Banking). A medida vai contribuir para reduzir os efeitos da concentração bancária. Com isso e com o uso de plataformas digitais, instituições de menor porte competirão em pé de igualdade com as grandes. Para a Serasa Experian, o crédito passará de 47% para 67% do PIB.

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Nada disso virá da noite para o dia. Dependerá também da preservação da estabilidade macroeconômica e do aumento da taxa de recuperação de créditos, hoje de apenas 13% (62% nos países emergentes), dado o viés anticredor do Judiciário.

Essa revolução aumentará a concorrência entre bancos, reduzirá juros e ampliará o acesso ao crédito, inclusive via celular. Ganharão sobretudo as pequenas empresas e as pessoas de baixa renda.

Publicado em VEJA de 15 de maio de 2019, edição nº 2634

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