Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
ASSINE VEJA NEGÓCIOS
Imagem Blog

Lillian Witte Fibe

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Política, economia e outros temas do momento. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

E o juro subiu. De novo.

Nem eu acredito no que vejo na calculadora: descontada a inflação, juro do cheque especial está em 10.360%. A Selic está 129% acima do IPCA. Carro: 829%.

Por Lillian Witte Fibe 22 mar 2018, 14h36

Quando o Banco Central começou a baixar o juro básico, em 19 de outubro de 2016, o IPCA/inflação oficial estava em 8,48% (12 meses).
A Selic era de 14,25%. Isso equivalia a uma Selic real, isto é, acima da inflação, de 68%.
E já nos colocava entre os campeões mundiais dos juros altos.
A Selic “caiu” ontem para 6,5%, correto?
Trata-se de uma taxa real de 129%, posto que a inflação de 12 meses está em 2,84%.
Pois é: desde a primeira redução nominal pelo BC, a Selic, na verdade, quase dobrou. De 68% para 129%.
Por quê?
De lá pra cá, e por causa da recessão, o IPCA despencou 66,5%. A Selic caiu menos: 54,38%.
Mas o que espanta mesmo é a evolução do juro cobrado da pessoa física desavisada que cai no cheque especial: o brasileiro pagava, em outubro de 2016, um juro que superava em mais de 3 mil vezes a inflação. A taxa nominal, já escorchante e proibitiva, segundo a Anefac, era de 296,33%.
Isso significa que o custo dessa infeliz operação subiu de 3.394% para inacreditáveis 10.360% (reais).
É o que representam os 297% ao ano que os bancos seguem cobrando no cheque especial, como se nada tivesse acontecido nem no IPCA, nem na Selic nominal.
297% é mais de 45 vezes uma Selic.
Estamos escolhendo “apenas” o juro mais alto cobrado da pessoa física, que os bancos resolveram dizer que – ora bolas –  é uma parcela pequena do crédito geral?
Ok, olhemos então para o menos alto: o do financiamento de carros.
Em 2016, comprar um carro financiado custava 275% mais do que a inflação.
Hoje, custa 829% mais (26,4% ao ano nominal, segundo a Anefac, ou o quádruplo da Selic de 6,5%).
Alguém, por favor, me explica como tornar esse tipo de dívida sustentável.
Como esperar que o consumidor, que já não tem dinheiro hoje, e só por isso pede empréstimo, vai honrar seus pobres crediários.
https://www.anefac.com.br/uploads/arquivos/2018315161835543.pdf
Em outubro, aqui neste blog, escrevi o seguinte:
https://veja.abril.com.br/blog/lillian-witte-fibe/o-juro-caiu-falso/

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

O mercado não espera — e você também não pode!
Com a Veja Negócios Digital , você tem acesso imediato às tendências, análises, estratégias e bastidores que movem a economia e os grandes negócios.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.