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Governo falha ao introduzir tecnologia na escola

Constatação é de pesquisa do Cetic.br. Professores de unidades públicas quase não utilizam PC e web nas atividades mais frequentes

Por Paula Reverbel
20 jun 2012, 10h58

Os professores de escolas públicas brasileiras quase não utilizam recursos tecnológicos – como computadores e internet – nas atividades mais realizadas em sala de aula. A constatação é de uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), órgão responsável pela produção de indicadores sobre uso da internet no Brasil.

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As atividades realizadas diariamente pela maioria dos professores ouvidos pelo levantamento – aulas expositivas, exercícios, interpretação de textos e suporte personalizado a estudantes – são as situações em que computadores e internet são menos usados. As ferramentas tecnológicas são usadas por apenas 13% dos docentes no atendimento individual a alunos, por 16% dos educadores na interpretação de texto, por 21% deles na resolução de exercícios e por 24% durante aulas expositivas.

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As atividades que exigem pesquisa são menos frequentes nas escolas pesquisadas – são realizadas uma vez por semana ou ainda com menor frequência pela maioria dos professores. Nessas ocasiões, o computador e a internet são um pouco mais empregados. Em 2011, 41% dos professores usaram tecnologia em sala para pesquisas em livros, revistas e internet. A parcela de professores que usa tecnologia para auxiliar na produção de material pelos alunos foi de 31%.

“Quando as atividades deixam de ser diárias, o professor faz uso de tecnologias de informação e comunicação”, explica Juliano Cappi, coordenador de pesquisas do Cetic.br. “Com os dados que recolhemos dos anos de 2010 e 2011, podemos constatar que a adoção de tecnologia nas salas de aula não aumentou, apesar dos esforços do governo.”

Os alunos de escolas públicas adotam tecnologias para atividades escolares em um ritmo mais rápido do que seus professores, de acordo com o Cetic.br. Computadores e internet são usados por 82% dos estudantes para fazer pesquisas. O uso desses recursos para realizar projetos, fazer exercícios e jogar games educativos chega a 72%, 60% e 54%, respectivamente.

Infraestrutura – Os equipamentos nas escolas pesquisadas são escassos. Cada unidade tinha, em 2011, uma média de 500 alunos, 20 computadores de mesa e três notebooks. Além disso, 25% das escolas possuem conexão de internet com velocidade inferior a 1 Mbps (megabits por segundo). O número insuficiente de computadores, a ausência de internet e a baixa velocidade da conexão são apontados por professores e coordenadores das escolas como as principais limitações para a adoção de tecnologia nas salas de aula.

“A abordagem do governo federal é a de levar computadores às escolas através de laboratórios”, explica Cappi. Apesar disso, a pesquisa revela que docentes que levam computadores à sala de aula fazem mais uso de tecnologia em atividades escolares do que colegas que escolhem levar os alunos ao laboratório. “A iniciativa dos professores tem sido fundamental para a integração de tecnologia.” O estudo aponta que os professores estão comprando mais notebook e que 50% deles levam seu notebook para a escola. Dos docentes que têm notebook, 76% compraram o aparelho com recursos próprios.

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Escolas particulares – Os professores de escolas particular seguem o mesmo padrão dos de escolas públicas: quanto mais frequente a atividade, menor o uso de tecnologia. Apesar disso, computadores e internet são mais empregados. A presença de tais recursos nas aulas expositivas é de 24% em escolas públicas, contra 36% em unidades privadas.

O estudo do CGI.br analisou 497 escolas públicas e 153 particulares. Entre os professores, foram ouvidos apenas aqueles que ministram disciplinas de português e matemática. Colégios federais, rurais, escolas que só têm educação infantil e escolas de educação de jovens adultos (EJA) não foram ouvidas.

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