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Fashion.me quer ser o LinkedIn da moda

Sócio da rede social de 'looks do dia' fala sobre o crescimento do serviço e a inauguração do escritório em Nova York

Por Renata Honorato, de Nova York
7 abr 2013, 19h47

A Sétima Avenida, no coração do Distrito Fashion, em Nova York, é o novo endereço da brasileiríssima startup Fashion.me, rede social de “looks do dia”, na qual usuários – na maioria mulheres – publicam fotos de modelitos e posts sobre estilo. A empresa nasceu em 2009 e recebeu seu primeiro aporte em dezembro de 2011. Desde o início, a ideia era internacionalizar a marca. São Francisco era o destino desejado pelos programadores Flávio Pripas e Renato Steinberg, fundadores da companhia, que deixaram cargos executivos em bancos estrangeiros para apostar no hobby das mulheres. O negócio, contudo, foi parar mesmo em Nova York. A razão: embora a inovação esteja concentrada no Vale do Silício, é na Big Apple que reside o ecossistema de moda, com escolas, estilistas, grifes e imprensa especializada. A ideia, a partir de agora, é conseguir um novo investimento e consolidar a marca fora do país. “Quem busca informação profissional acessa o LinkedIn. Nosso objetivo é fazer com que o Fashion.me seja o principal destino para quem procura informação sobre o mundo da moda”, diz Pripas, em entrevista a VEJA.com em seu novo escritório.

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A internacionalização sempre esteve nos planos do Fashion.me? Quando recebemos o investimento da Intel Capital, em 2011, o grande objetivo já era a internacionalização. Isso já estava nos nossos planos de negócio. Tínhamos uma boa posição no Brasil e parecia interessante levar a empresa para o exterior.

O senhor e seu sócio, Renato Steinberg, vem do setor de tecnologia aplicada ao mercado financeiro. Como é trabalhar com moda? Desenvolvemos esse projeto para nossas mulheres. Apenas fotografamos os tradicionais “looks do dia” para testar o sistema (risos). Nosso pensamento é binário: ou o negócio vai dar certo ou vai dar errado. Não existe meio termo. Foi difícil levantar dinheiro no Brasil, porque os investidores querem resultado imediato. Conseguimos o aporte da Intel Capital porque eles têm a cultura do Vale do Silício e trabalham com capital de risco.

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Quando o Fashion.me conseguiu o seu primeiro investimento? Começamos a empresa em 2009. A rede começou a crescer e decidimos largar o banco. Fechamos nosso primeiro investimento no dia 28 de dezembro de 2011. No dia 2 de janeiro de 2012 o dinheiro já estava na nossa conta. Desde então, passamos a pesquisar tudo o que era necessário para ter presença aqui nos Estados Unidos. O Steinberg é amigo de infância da Gina Gotthilf, que representou o Tumblr no Brasil e trabalhou em uma agência de marketing aqui nos Estados Unidos. Ela nos apresentou um profissional que nos ajudou a mapear o mercado. Faltava, contudo, o escritório. Em 2012, o meu sócio foi a um evento chamado Decoded Fashion, apresentado pela brasileira Liz Bacelar. Em uma conversa informal, ela nos falou sobre a Sétima Avenida e sobre como era estratégico ter um escritório no Distrito Fashion. Seguimos as sugestões e nos estabelecemos na região. Para nossa surpresa, o aluguel em Nova York é mais barato do que em São Paulo.

O senhor está morando no Brasil ou nos Estados Unidos? Tanto eu, quando meu sócio, estamos morando no Brasil, mas viajamos para os Estados Unidos pelo menos uma vez por mês. Estamos em busca da segunda rodada de investimentos e, se isso acontecer, venho morar aqui em Nova York para ficar mais próximo da operação.

O Fashion.me foi lançado aqui nos Estados Unidos durante a New York Fashion Week, uma das semanas de moda mais importantes do mundo. Como a empresa conseguiu entrar na programação do evento? Aqui nos Estados Unidos, lançamento é uma coisa muito séria. Antes de estrear no mercado, a companhia tem que fazer um evento de apresentação. Por intermédio dos nossos contatos, conseguimos o espaço na semana sem gastar muito com isso. Fizemos um cocktail e reunimos 450 pessoas. Potenciais parceiros mostraram interesse na nossa plataforma após o evento. Estamos conversando com escolas de moda, lojas de departamento e estilistas para firmar, no futuro, parcerias.

Quantas pessoas trabalham no escritório de Nova York? Tínhamos duas pessoas trabalhando por aqui, mas agora temos apenas um funcionário nos Estados Unidos. Vamos contratar novos colaboradores em breve. Nosso objetivo agora é levantar a segunda rodada de investimento para poder acelerar os negócios. Estamos, neste momento, conversando com os fundos. O nosso modelo de negócio só faz sentido em escala, e eu não consigo chegar nessa escala de forma orgânica. Só vamos conseguir crescer a partir de novo investimento.

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Quais suas expectativas para o Fashion.me nos próximos anos? O Fashion.me é o Facebook da moda. Nosso objetivo é fazer com que a nossa rede seja o que o LinkedIn é para os profissionais que buscam informação sobre carreira. Quero que o Fashion.me se torne um espaço onde as pessoas busquem o estilo de uma pessoa.

Quantos usuários o Fashion.me possui no Brasil e nos Estados Unidos? No Brasil, temos quase um milhão de usuários. Aqui nos EUA, pouco mais de 50.000. A proposta é a mesma nos dois países. Trata-se do mesmo site e da mesma base. No ano de 2012, investimos muito no desenvolvimento da plataforma. Em 2013, vamos apostar em robustez. A tecnologia é nossa e foi desenvolvida em casa. Como eu e o Steinberg viemos do mercado de tecnologia, nós mesmos programamos o nosso sistema. Isso nos dá flexibilidade. Uma startup de internet depende de um sócio que desenvolva, já que muitas coisas mudam no site todos os dias.

Vocês têm usado as blogueiras de moda famosas para divulgar o Fashion.me? Somos um canal de distribuição para essas meninas. Além de incluírem seus posts no Facebook, elas também publicam seus looks do dia no Fashion.me. Queremos nos aproximar dessas garotas, porque elas são influentes e têm muito audiência. Vários serviços de e-commerce que fazem campanhas com elas estão satisfeitos. Conheço um caso, por exemplo, em que uma loja pagava 30.000 reais para uma blogueira e faturava 180.000 reais por meio do blog dela. Nesse caso, a conta fecha. Também estamos mapeando quem são as pessoas mais influentes aqui em Nova York.

Como é a experiência de se apresentar como uma empresa brasileira no mercado de moda americano? Poucas empresas brasileiras do setor têm apostado forte no mercado americano. Temos a Havaianas e a Melissa, mas ainda é pouco. Uma das pessoas do nosso conselho é americana e foi do conselho de várias companhias de moda. Chegamos a questionar: devemos ou não falar que somos do Brasil? A conclusão que chegamos foi que deveríamos explorar a nossa nacionalidade. O Brasil é cool, especialmente para os americanos. Isso atrai curiosidade e muita gente acaba nos recebendo justamente por causa disso. O Brasil é um mercado que todo mundo quer entrar. Por isso, entre nossas estratégias, está a de servir como ponte para as marcas locais com interesse no país.

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