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Pesquisadores identificam mecanismo alternativo de reprodução de células cancerígenas

Estudo ajuda a compreender como essas células conseguem se multiplicar mesmo em ambientes com poucos nutrientes

Por Da Redação
22 nov 2011, 06h32

Pesquisadores identificaram um mecanismo alternativo que faz com que células cancerígenas se multipliquem mesmo em ambientes carentes de nutrientes. A pesquisa, feita no Centro de Câncer do Hospital Geral de Massachusetts e divulgada na versão online do periódico Nature, é um importante passo para estudos sobre novas drogas contra a doença.

Opinião do especialista

Pilar Esteves Dizcoordenadora de Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)

“Embora ainda seja uma pesquisa muito preliminar, a identificação de uma via de metabolismo diferente pode propor um novo alvo para tratamentos contra o câncer.

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A pesquisa mostrou uma maneira diferente de as células cancerígenas obterem energia suficiente para se reproduzirem e se manterem vivas.

O estudo pode ajudar a sintetizar medicamentos que inibam essa via, privem essas células de energia e impeçam a multiplicação de células cancerígenas.”

É característico de certas células cancerígenas estarem em ambientes com fornecimento limitado de nutrientes, principalmente de oxigênio e glicose. Isso acontece pois os vasos sanguíneos, responsáveis por transportar grande parte dessas substâncias, muitas vezes não conseguem penetrar inteiramente nos tumores. Assim, essas células não têm quantidade de glicose suficiente para sintetizar os lipídeos, que são componentes essenciais para a estrutura destas células e importantes no fornecimento de energia.

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O que o estudo identificou foi que, em uma situação assim, as células cancerígenas recorrem a uma via metabólica alternativa para sintetizar essas moléculas e, em vez de usarem a glicose para tal, utilizam a glutamina. Essa ação, portanto, permite a multiplicação dessas células.

“Em um ambiente normal com quantidades boas de oxigênio, 80% dos novos lipídeos de uma célula vem da glicose e 20%, da glutamina. Essa relação é invertida em um ambiente carente de oxigênio”, diz Othon Iliopoulos, um dos autores do estudo. Segundo ele, a glutamina pode vir de dentro das próprias células, de células vizinhas ou de líquidos extracelulares que as circundam.

Estudos anteriores já haviam identificado a existência dessa via metabólica alternativa, mas essa nova pesquisa observou que esse mecanismo é muito mais utilizado do que se pensava. Os pesquisadores observaram que tanto células normais quanto cancerígenas recorrem à glutamina quando há falta de oxigênio no ambiente. “Esse mecanismo vai contra o que se acreditava sobre a as células sintetizarem a maioria de seus lipídeos pela glicose”, afirma Matthew Vander Heiden, professor de biologia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e outro autor da pesquisa.

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Embora tenham identificado o mecanismo da troca da glicose pela glutamina, o estudo ainda não conseguiu esclarecer como isso acontece. “Entender o mecanismo que regula a opção por utilizar a glutamina seria importante para nos aproximarmos mais de novos tratamentos eficazes contra o câncer”, afirma Heiden.

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