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Nasce bebê submetido a cirurgia inédita no mundo para tratar doença congênita da medula

Joaquim Reis Ubaldino foi operado ainda dentro do útero materno devido a um problema chamado espinha bífida, que pode provocar hidrocefalia e paralisia. O bebê passa bem e médicos estão esperançosos

Por Vivian Carrer Elias
19 jun 2013, 13h33

Nasceu no último sábado, dia 15 de junho, em São Paulo, o primeiro bebê a ser submetido, ainda dentro do útero, a uma cirurgia feita com uma técnica brasileira até então inédita no mundo para tratar mielomeningocele, ou espinha bífida. Essa é uma doença congênita da medula espinhal que pode causar hidrocefalia ou fazer com que a criança perca a capacidade de andar. Joaquim Reis Ubaldino nasceu aos sete meses de gestação e pesando 1,5 quilo. O bebê não precisou ficar na UTI e sua evolução está sendo “acima do esperado”, segundo a médica responsável pela cirurgia.

A cirurgia feita em Joaquim, realizada no dia 1º de maio deste ano no Hospital Samaritano, em São Paulo, fez uso de uma técnica desenvolvida pela médica brasileira Denise Pedreira, especialista em medicina fetal e perinatal, após 14 anos de estudo. Ao longo desses anos, Denise tinha como objetivo colocar em prática uma abordagem mais rápida, barata, segura e eficaz para operar fetos com espinha bífida. E parece que conseguiu.

Técnica – A espinha bífida é caracterizada pela má-formação dos ossos da coluna vertebral, que não se fecha totalmente até o nascimento e faz com que a medula espinhal fique em contato com o líquido amniótico (fluido que envolve o embrião no útero).

Na operação de Joaquim, Denise fez uso da endoscopia fetal, que exige apenas alguns “furinhos” na barriga da gestante por onde entraram câmera e instrumentos cirúrgicos. A medula do feto foi colocada no canal medular, onde deveria estar desde o começo, e o buraco na pele deixado pela medula que ficou exposta foi costurado pele com pele. Uma película feita de celulose foi colocada sob a pele para evitar que a medula prendesse na pele.

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“Eu só havia testado essa técnica em animais até então. Por isso, havia uma expectativa para saber se o procedimento também daria certo em um ser humano”, disse Denise ao site de VEJA. “Havia muita ansiedade para vermos se a pele dele foi completamente fechada, se ele não teria que ser submetido a outra correção após o nascimento. E foi o que aconteceu: sua pele estava completamente fechada.”

De acordo com a médica, Joaquim está mexendo as pernas, mas ainda corre o risco de não conseguir andar. “Isso vai depender da altura da lesão em sua medula. Mas o ortopedista que avaliou o bebê está muito confiante de que ele vai conseguir andar”, diz. Denise explica que os resultados finais da cirurgia em Joaquim somente poderão ser completamente observados quando ele tiver entre um e dois anos.

Próximos passos – Quase duas semanas depois da operação de Joaquim, Pedro foi o segundo bebê a receber a cirurgia desenvolvida por Denise Pedreira. E, na próxima segunda-feira, a médica realizará a operação no terceiro bebê. “Médicos dos Estados Unidos devem vir ao Brasil para acompanhar a cirurgia pois estão interessados na técnica”, diz Denise. “Antes, o procedimento era desconhecido e não sabíamos de que forma indicá-lo pois nunca havia sido feito em seres humanos. Agora sabemos que dá bons resultados e é uma boa opção para operar bebês com espinha bífida.”

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