Cidade do Líbano vive confrontos semelhantes aos da Síria
Em todo o país, número de mortos em distúrbios nesta semana sobe a treze
Na cidade costeira de Trípoli, a segunda mais populosa do Líbano, a devastação se assemelha à da guerra na vizinha Síria. Na madrugada desta sexta-feira, dois homens foram mortos, e dezenas de outros ficaram feridos, no que moradores e fontes de segurança chamaram de os mais pesados confrontos deste ano entre libaneses favoráveis e contra a ditadura de Bashar Assad na Síria.
Ao longo da semana, os enfrentamentos deixaram pelo menos 13 mortos e 90 feridos. Trípoli é uma cidade de maioria muçulmana sunita, e grande parte de sua população apoia o levante popular na Síria. Porém, o Líbano também possui uma minoria alauíta – de que faz parte Bashar Assad. As disputas entre sunitas e alauítas são cada vez mais comuns nas ruas do país.
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Após uma relativa calma durante o dia, os combates foram retomados com intensidade na noite de quinta-feira entre os moradores dos bairros Bab el Tebbaneh, de maioria sunita, e de Jabal Mohsen, de predomínio alauíta. Segundo a Agência Nacional de Notícias, choques entre partidários e detratores do governo sírio foram registrados também em outras áreas da cidade, que há meses é palco de distúrbios ligados ao conflito sírio.
As tentativas do Exército e da polícia de devolver a calma a Trípoli não surtiram efeito até agora. Na quinta-feira, líderes políticos locais declararam que não esperam uma solução rápida para a questão. O deputado Mohamad Kabara pediu um dia antes aos moradores de Bab el Tebbaneh que entreguem suas armas e sigam o comando das forças de ordem.
A violência voltou a explodir na região após o desaparecimento, há uma semana, de 20 libaneses na cidade síria de Tel Kalaj, próxima à fronteira.
(Com agências EFE e Reuters)