Mudança de regime não está entre as opções dos EUA para a Síria
Mas Casa Branca diz que credibilidade do ditador Assad é próxima a zero
Por Da Redação
27 ago 2013, 15h57
Os Estados Unidos descartam uma ação militar específica para derrubar o regime de Bashar Assad na Síria, informou nesta terça-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. A administração Obama considera, por exemplo, ataques de mísseis contra alvos específicos. “As opções que estamos considerando não são sobre uma mudança de regime. Elas são sobre como responder a uma clara violação de normas internacionais que proíbem o uso de armas químicas”.
Qualquer tentativa de mudar o regime na Síria forçaria os Estados Unidos a mergulhar no conflito, o que Obama quer evitar – o presidente americano já deixou de lado a opção de enviar tropas para o combate. Nos planos dos EUA, Assad deixaria o poder como parte de uma negociação política envolvendo os rebeldes. O problema é que não há uma unidade entre os rebeldes que lutam para derrubar o ditador. Há divisões internas nas coalizões e há grupos jihadistas, como a Frente Al-Nusra. Ou seja, as alternativas ao regime Assad não se apresentam.
Grupos opositores acusam o regime de usar armas químicas no ataque – o que Assad nega. O porta-voz reforçou que os EUA não têm mais dúvidas quanto à participação das forças de Assad no massacre da última semana. O uso de armas químicas, além de significar uma infração às normas internacionais, ultrapassa a ‘linha vermelha’ citada por Obama como o limite para uma ação estrangeira no país.
“O uso de armas químicas na Síria é inegável. Acho que todos dentro dessa sala ou envolvidos com o assunto não têm mais dúvidas quanto a isso. E o uso de armas químicas merece uma resposta”, afirmou. Carney, no entanto, afastou a iminência de uma intervenção militar – indo contra a declaração do secretário de estado John Kerry e do secretário de Defesa Chuck Hagel, que indicaram em declarações na segunda e na terça que a possibilidade de uma intervenção militar está mais próxima. De acordo com Carney, no entanto, Obama está avaliando múltiplas respostas ao massacre, e elas não estão necessariamente relacionadas a ações militares.
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Ao falar sobre quais opções eram viáveis ao governo americano, Carney se mostrou evasivo e repetiu por diversas vezes que não iria “especular sobre decisões que ainda não foram tomadas”. “Quando o presidente achar que deve fazer um pronunciamento, ele o fará”, limitou-se a dizer.
Apesar de ainda não haver uma decisão sobre qual ação será tomada, eventuais ataques não devem ter como foco locais onde são guardadas armas químicas. Isso porque haveria o risco de um desastre ambiental e humanitário, além da possibilidade de tornar esses locais acessíveis a grupos rebeldes. Desta forma, a ação americana deverá se concentrar em unidades militares que teriam participado do ataque, a artilharia usada para o lançamento dos ataques com armas químicas, e os quartéis generais que supervisionaram a ação. A informação foi publicada pelo jornal The New York Times com base em declarações de funcionários do Pentágono. Uma questão chave para a administração Obama é saber se uma ação limitada levaria a uma mudança de tática do regime sírio ou enfraquecer o governo Assad a ponto de o ditador buscar uma solução negociada para a guerra civil.
O porta-voz também minimizou a relevância do trabalho dos investigadores da ONU enviados à Síria, uma vez que os Estados Unidos já têm provas suficientes de que Assad está por trás do uso de armas químicas. “O trabalho da equipe da ONU é averiguar se armas químicas foram usadas. Mas isso já está provado. Assad bloqueou o acesso dos investigadores aos locais por cinco dias, assim poderia eliminar os indícios. As forças governistas também já haviam utilizado armas químicas em proporções menores em outras ocasiões. A credibilidade do regime de Assad é próxima a zero”, avaliou.
Congresso – Carney esclareceu durante seu pronunciamento que Obama não tem planos de convocar uma votação no Congresso para decidir sobre a possibilidade de intervir militarmente na Síria. Sobre a decisão do premiê britânico David Cameron de consultar o Parlamento antes de definir qual será a resposta do país aos ataques químicos, Carney afirmou que Obama não seguiria a mesma linha já que os dois países “têm formas diferentes de governo”. Cameron informou por meio de sua conta no Twitter que o Parlamento britânico deve se reunir nesta quinta-feira para discutir o tema.
Cameron disse que qualquer ação militar deve ser proporcional e legal. “Qualquer ação a ser tomada deve ser legal, proporcional e específica para impedir o uso de armas químicas no futuro. Quero deixar claro que não se trata de se envolver em uma guerra no Oriente Médio, ou mudar nossa postura em relação à Síria, ou entrar de forma mais profunda no conflito. Isso se refere ao uso de armas químicas, algo errado e diante do qual o mundo não pode ficar passivo”. O primeiro-ministro acrescentou que o governo sírio teve o “motivo e a oportunidade” para realizar um ataque químico, e que a probabilidade de as forças de oposição serem as responsáveis pelo atentado é “muitíssimo pequena”.
(Com agência Reuters)
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