Assad: vitória de rebeldes vai desestabilizar Oriente Médio
Ditador chama de 'tolos e imaturos' os governantes da Turquia e de vizinhos árabes por armarem e darem abrigo a combatentes opositores de seu regime
O ditador da Síria, Bashar Assad, afirmou neste sábado que, se as forças rebeldes que lutam para derrubá-lo tomarem o controle do país, poderão desestabilizar o Oriente Médio por décadas. O mandatário insiste que o conflito – que já dura dois anos – é alimentado por seus inimigos na região e chama de “tolos e imaturos” os governantes da Turquia e de outros vizinhos árabes. Segundo Assad, eles estão armando e dando abrigo a combatentes rebeldes.
Entenda o caso
- • Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
- • Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
- • Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.
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“Se a agitação na Síria levar à divisão do país, ou se as forças terroristas assumirem o controle, a situação vai inevitavelmente se espalhar para os países vizinhos e criar um efeito dominó em todo o Oriente Médio e além”, disse Assad em uma entrevista à televisão turca, divulgada pela Presidência da Síria. “O conflito se espalharia a leste, oeste, norte e sul. Isto levará a um estado de instabilidade talvez nas próximas décadas”, acrescentou.
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Segundo a ONU, ao menos 70.000 pessoas foram mortas no conflito entre as forças de Assad e rebeles que tentam derrubá-lo. Além disso, mais de 1 milhão de refugiados deixaram o país e, de acordo com o Crescente Vermelho sírio, quase 4 milhões foram deslocadas internamente.
(Com agência Reuters)