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Venezuela acusa Kerry de ‘incentivar’ protestos contra governo

Enquanto isso, a população de Caracas é penalizada por falta d'água em até três dias por semana, provocada por falta de obras de infraestrutura

Por Da Redação
8 Maio 2014, 07h48

A Venezuela acusou na quarta-feira o secretário americano de Estado, John Kerry, de incentivar os protestos de rua contra o governo do presidente Nicolás Maduro. “Estas reiteradas declarações [de Kerry] prestam-se a incentivar os setores mais reacionários da oposição a prolongar suas ações violentas à margem da Constituição”, assinalou a chancelaria em Caracas.

Mais cedo, Kerry afirmou que “os Estados Unidos estão profundamente preocupados com a situação de deterioração na Venezuela”, e destacou o “agravamento” das condições sociais e econômicas no país. Kerry disse ainda que a solução poderá surgir apenas dos próprios venezuelanos. “Acreditamos que cabe ao povo da Venezuela decidir o futuro do país”, esclareceu Kerry, reiterando o apoio americano ao diálogo iniciado entre governo e oposição. Kerry ressaltou que os manifestantes têm “queixas legítimas”, que devem ser atendidas.

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Segundo Caracas, “surpreende que, com estas declarações, o governo americano considere como forma legítima de protesto o incêndio de universidades e caminhões de alimentos, assim como o vandalismo contra instituições públicas (…) e até o assassinato de cidadãos inocentes”. As declarações de Kerry também “constituem uma insolência contra a participação da Unasul e da Santa Sé no processo de diálogo” com a oposição.

Enquanto Maduro acusa os EUA de incentivar os protestos e a violência, um relatório do Human Rights Watch divulgado na segunda-feira denunciou abusos cometidos sistematicamente pelas forças de segurança sob o comando do governo, durante e após as manifestações de fevereiro. O documento alerta que as violações de direitos humanos cometidas na Venezuela não foram casos isolados de membros das forças de segurança, mas um padrão aplicado em diferentes locais do país – inclusive no interior de unidades militares. A organização denuncia a participação ou conivência de juízes e promotores, que, segundo o relatório, “fecharam os olhos” para provas nitidamente forjadas, pessoas detidas sem direito a defesa e a sinais de tortura física e psicológica.

Os protestos na Venezuela já deixaram 41 mortos e mais de 700 feridos. Os manifestantes tomam as ruas contra a inflação, perto de 60% ao ano, a escassez de produtos básicos, como papel higiênico e café, e a violência. Maduro afirma que as manifestações são uma tentativa de golpe patrocinada por setores de Estados Unidos e Colômbia. EUA e Venezuela não têm embaixadores em Caracas e Washington desde 2010. (Continue lendo o texto)

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Racionamento – O governo da Venezuela anunciou na quarta-feira um plano de racionamento de água na capital do país, Caracas, que deixará parte das seis milhões de pessoas sem acesso à água por até três dias por semana. O plano de emergência é necessário para contornar a severa seca que o país enfrenta, disseram as autoridades, uma vez que o nível de um dos três reservatórios que abastecem Caracas está próximo das mínimas históricas. Os níveis no reservatório Lagartijo não devem retornar ao normal até agosto ou setembro, segundo informações do governo.

Carlos Ocariz, prefeito do distrito de Sucre, reclamou que nenhum reservatório foi construído durante os 15 anos de governo do partido do presidente Nicolás Maduro. Ele também alertou que um plano de economia de água devia ter sido anunciado meses atrás. “Nós não precisávamos esperar as coisas chegarem a esse ponto para começar a agir”, escreveu, em comunicado.

(Com agência France-Presse)

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