Turquia ameaça Síria com resposta ainda mais forte
Países vizinhos trocam ataques há uma semana após morte de 5 turcos
O comandante do Exército turco, general Necdet Özel, ameaçou nesta quarta-feira a Síria com uma ‘resposta ainda mais forte’, se as tropas de Bashar Assad continuarem disparando contra o território da Turquia. Os dois países vizinhos trocam ataques há uma semana, e o Parlamento turco chegou a autorizar o governo a declarar guerra contra a Síria.
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Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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“Respondemos. Se continuarem, responderemos de uma forma ainda mais forte”, disse o general Özel, durante uma visita à cidade de fronteira Akcakale (sudeste), onde em 4 de outubro cinco civis morreram por disparos sírios. O Exército turco respondeu com tiros de artilharia.
Após o bombardeio contra Akcakale, o Exército turco respondeu com disparos contra posições controladas por tropas leais a Assad. A Turquia, membro da Otan, rompeu com o regime de Damasco e recebeu em seu território 100.000 refugiados sírios.
Diplomacia – A ONU passou a temer uma escalada da violência entre os dois países. Com a nova resposta turca, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que a situação na Síria tem piorado “de maneira dramática” e representa “sérios riscos” para a estabilidade dos vizinhos para toda a região. “A escalada do conflito na fronteira entre Síria e Turquia e o impacto da crise no Líbano são extremamente perigosos”, afirmou em Estrasburgo. O secretário também pediu aos colaboradores “mais generosidade” para ajudar a Síria, mergulhada em uma guerra civil há 18 meses.
Jordânia – Enquanto isso, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, confirmou as informações que circularam na imprensa americana na terça-feira de que o governo americano enviou tropas do Exército à Jordânia para ajudar os refugiados sírios. Além disso, os soldados dos Estados Unidos devem monitorar a segurança das armas químicas e biológicas da Síria.
As forças armadas da Jordânia passam por dificuldade para lidar com uma onda de refugiados sírios, que devem chegar ao número de 700.000 no total, em todos os países vizinhos. Somente na Jordânia, há 180.000 refugiados. Segundo o jornal The New York Times, a missão também tem como objetivo insuflar a Jordânia, importante aliado dos EUA na explosiva região, para evitar que o conflito sírio se espalhe pelo Oriente Médio.
(Com agência France-Presse)