Suécia ratifica ordem de prisão contra Julian Assange
Supremo do país rejeitou um recurso da defesa do fundador do WikiLeaks
A Suprema Corte da Suécia rejeitou nesta quinta-feira um recurso da defesa de Julian Assange, fundador do site WikiLeaks. Assim, ratificou a ordem de prisão contra ele, emitida pela Interpol. Assange é suspeito de ter cometido delitos sexuais na Suécia, em agosto, quando participou de conferências sobre sua atividade no WikiLeaks, o site que ganhou fama divulgando documentos confidenciais das guerras do Iraque e do Afeganistão.
Após analisar o caso de Assange, a Corte considerou que não havia motivos para revogar o pedido de prisão. Trata-se de uma “notificação vermelha” – o nível mais alto da Interpol -, cujo objetivo é deter pessoas procuradas e com fins de extradição. Para que o Supremo admitisse uma apelação seria necessário um procedimento para revisar a sentença de um tribunal inferior, o que só pode ser concedido em casos especiais.
Acusação – Os problemas de Assange começaram em 20 de agosto, quando a Justiça sueca emitiu a primeira ordem de captura por suspeita de violação sexual, uma decisão revogada 24 horas depois, o que acabou reduzindo o caso a um delito menor de assédio. O Tribunal de Apelação de Svea, em Estocolmo, havia ordenado em 24 de novembro manter a ordem de prisão feita por um juizado de primeira instância.
Assange, australiano de 39 anos, admitiu ter mantido relações sexuais com várias mulheres, mas garante que elas foram consentidas. Ele insinuou que poderia tratar-se de um complô contra sua pessoa instigado pelos Estados Unidos por causa das revelações de documentos secretos deste país feitas pelo WikiLeaks. Seu advogado na Suécia, Bjoern Hurtig, apontou nessa direção e mostrou sua surpresa pela alocação da “notificação vermelha” para o delito.
(Com agência EFE)