Mulheres turcas protestam contra mudança na lei do aborto
Projeto de lei reduz o prazo legal da interrupção da gravidez para quatro semanas
Uma manifestação reuniu centenas de mulheres neste domingo em Istambul para protestar contra um projeto de lei que prevê a redução do prazo autorizado para o aborto, que é legalizado até as dez primeiras semanas de gestação de gestação na Turquia. O partido governista Justiça e do Desenvolvimento (AKP, sigla em turco), de orientação islamita moderada, propõe a redução do prazo para quatro semanas, na tentativa de reduzir o número de abortos no país.
Ao longo da manifestação, as mulheres gritavam palavras de ordem e exibiam cartazes com os dizeres “O aborto é um direito” e “O corpo é nosso”.
Atualmente, as mulheres podem interromper voluntariamente a gravidez durante as dez primeiras semanas de gestação. Na semana passada, o ministro da saúde turco, Recep Akdag, declarou que o projeto de lei será submetido ao parlamento em junho.
Na semana passada, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, comparou o aborto a um assassinato e afirmou que segue o mesmo preceito de movimentos anti-aborto nos Estados Unidos e no ocidente. O primeiro-ministro, que tenta estimular as mulheres turcas a terem pelo menos três filhos, afirmou ainda que o aborto atua como um plano secreto contra o crescimento econômico do país. Erdogan, suscitou a indignação ao chamar a morte de fetos de “um Uludere”, se referindo à morte, em dezembro, de 34 moradores da aldeia de Uludere, no sudeste da Turquia, bombardeada por engano pela aviação do país, que os confundiu com rebeldes curdos.
“Não há diferença entre matar um feto no útero de uma mãe e matar alguém após o nascimento. Isso não pode ser permitido”, afirmou o primeiro ministro.
(Com AFP)