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Mulher é enforcada no Irã por um assassinato sem provas

Shahla foi acusada de assassinar a mulher de seu amante, o ex-jogador de futebol Nasser Mohammad Jani

Por La Vanguardia
2 dez 2010, 16h32

No momento em que a comunidade internacional levanta a voz para exigir a salvação de Sakineh Ashtiani, condenada ao apedrejamento no Irã por adultério, a justiça iraniana executou ontem Shahla Jahed, ex-amante de um antigo jogador de futebol cuja história se parece com a da mulher que hoje deixa todo o planeta ansioso.

“Há fortes indícios para acreditar que Shahla não teve um julgamento justo e pode ter sido pressionada a confessar um assassinato que não cometeu durante os meses em que esteve isolada na prisão”, assegurou Malcolm Smart, diretor da Anistia Internacional no Oriente Médio.

A Anistia agrega um fato dramático que indica as convicções de alguns iranianos: um irmão de Shahla “efetuou o ato final da execução ao retirar o banco sobre o qual ela se apoiava, com a corda ao redor do pescoço”.

O caso de Shahla está repleto de incoerências, tal como o de Sakineh. Tudo começou em 2002, quando Shahla foi presa como principal suspeita do assassinato de Laleh Saharkhizan, mulher do famoso jogador da década de 1980 Nasser Mohammad Jani.

Na ocasião, Shahla era amante de Jani, com quem havia celebrado a cerimônia do sighe, um tipo de casamento temporário permitido pelo islamismo xiita. Nos primeiros meses de prisão, a mulher confessou haver matado a esposa de Jani, mas se retratou.

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No julgamento público realizado em 2004 ela se declarou inocente. No entanto, o tribunal ignorou seu testemunho e a condenou à morte. Ativistas de direitos humanos asseguram que talvez a tenham obrigado a confessar, como acontece com muitos presos no Irã.

Mas o caso de Shahla não terminou aí. A sentença foi suspensa em duas ocasiões sob o pretexto de que iriam estudar o caso novamente, até que no final de 2009 foi condenada definitivamente à forca. Desde então, de tempos em tempos se anunciava que sua morte estava próxima. Sua história apaixonou os iranianos, que seguiram o caso até ontem como se fosse uma novela de televisão.

“Shahla Jahed foi enforcada nos pátios da prisão de Teerã depois de 3.036 dias de prisão”, dizia a nota publicada pela agência de notícias Fars, que assegurou que a execução foi realizada na presença de sua família. Jani, que esteve poucos meses na prisão acusado de cumplicidade, também estava presente.

Com o enforcamento de Shahla, já são 146 execuções efetuadas no Irã esse ano. É o segundo país que realiza mais execuções, depois da China. Alguns analistas em Teerã acreditam que o enforcamento pode ser um precedente para Sakineh Ashtiani.

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