Justiça turca mantém condenações de militares acusados de tramar golpe
Entre os condenados estão es-comandantes da Marinha, Exército e Força Aérea
A Justiça turca manteve na quarta-feira as condenações de 237 oficiais das Forças Armadas acusados de participação em um complô para derrubar o governo do país em 2003. Entre os condenados do grupo da “conspiração marreta” – como ficou conhecido o episódio – que tiveram suas sentenças confirmadas estão ex-comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, segundo o jornal The New York Times.
A confirmação das penas é mais um episódio da queda de braço entre o atual governo da Turquia, de tendência islâmica, e os militares do país, que se consideram os guardiões do estado secular e têm visto sua influência diminuir nos últimos anos.
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O julgamento original havia ocorrido em setembro de 2012. Na ocasião, Ibrahim Firtina ( que à época comandava a Aeronáutica), Ozden Ornek (Marinha) e Cetin Dogan (Exército) foram sentenciados a 20 anos de prisão.
Originalmente 364 oficiais foram acusados no julgamento. Na mesma decisão desta quarta-feira, a Justiça turca manteve a absolvição de 36 acusados e absolveu mais 88.
Todos haviam sido acusados de se reunirem para tramar ataques a mesquistas e assassinatos e assim desestabilizar o governo do primeio-ministro Recep Tayyip Erdogan, que tinha assumido o governo em 2002.
Em agosto de 2013, outro grupo composto por 275 acusados de envolvimento em uma conspiração similar, a chamada rede Ergenekon, começou a ser julgado. Entre eles estava o general da reserva Ilker Basbug, que serviu como chefe do Estado-Maior turco entre 2008 e 2010, e acabou sendo sentenciado à prisão perpétua.