Justiça britânica começa a decidir extradição de Assange
Audiência sobre acusações de crimes sexuais na Suécia deverá durar dois dias
O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, chegou nesta segunda-feira ao tribunal britânico que julgará seu processo extradição à Suécia, onde é acusado de crimes sexuais. Ele entrou no local às 9h15 (hora local, 7h15 em Brasília), acompanhado de sua advogada, Jennifer Robinson. A audiência, que deve se estender por dois dias, começou uma hora depois.
O chefe de sua equipe de defesa, Mark Stephen, anunciou uma atitude ousada durante o julgamento: postar na internet os argumentos que serão usados a favor do réu. Assange, que está atualmente em situação de liberdade assistida, foi acusado de abuso por duas mulheres com as quais manteve relações sexuais durante uma estadia em Estocolmo, em agosto do ano passado.
Assange nega os crimes e aponta motivação política para as acusações, em consequência da divulgação pelo WikiLeaks de milhares de documentos confidenciais da diplomacia americana. Seus advogados argumentam que, se ele for extraditado à Suécia, corre risco de ser entregue aos Estados Unidos, onde poderia acabar preso e até condenado à morte. A defesa alegará ao juiz que a audiência não se justifica porque Assange não foi acusado formalmente pelas duas mulheres.
Um de seus advogados, Geoffrey Robertson, disse temer que seu cliente enfrente a pena de morte, caso seja mandado para os Estados Unidos. Ele salientou que a audiência de extradição em Londres é uma prova da “vontade e capacidade” de seu cliente em cooperar com as autoridades suecas. Robertson ainda criticou cobertura da imprensa em torno do fato e disse que isso levou Assange ao risco de um “julgamento pela mídia.”
(Com agência France-Presse)