Furacão Tomas inunda cidades e deixa três mortos no país
Enchentes ocorrem após surto de cólera que causou a morte de 450 pessoas
O furacão Tomas, que atingiu nesta sexta-feira o noroeste de Haiti, provocou a morte de três pessoas e provocou inundações. As enchentes podem agravar a epidemia de cólera que já deixou 450 mortos e contaminou mais de 6.700 pessoas no país.
A cidade de Leogane, que teve 60% de suas casas destruídas pelo terremoto de 12 de janeiro, foi uma das atingidas pelo fenômeno.
Na quinta-feira, o ministro do Interior, Paul-Antoine Bien-Aimé, já havia anunciado a morte de uma outra pessoa no sudoeste do Haiti ao tentar atravessar um rio com seu veículo, depois da passagem do furacão.
Clima – Às 11 horas desta sexta-feira (13 horas de Brasília), o furacão Tomas estava 230 km a noroeste de Porto Príncipe. Ele se deslocava no sentido norte-nordeste a 19 quilômetros por hora, seguindo uma trajetória pela costa haitiana, entre o Haiti e Cuba, de acordo com o Centro Nacional de Furacões americano.
A tormenta provocou deslizamentos e danificou casas. “O fato de o Haiti ter um alto nível de desmatamento pode agravar ainda mais a situação, já que não há árvores para frear a lama”, alertou Elisabeth Byrs, porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.
“As agências da ONU estão em alerta porque temem que pelo menos meio milhão de pessoas sejam afetadas”, disse. A maior preocupação é com a população desabrigada pelo terremoto de janeiro, que até hoje vive em campos de refugiados.
Cólera – As agências humanitárias também temem um aumento de infecções e cólera, pois as chuvas devem aumentar o volume de água contaminada. O alerta vermelho foi decretado em todo o território haitiano e medidas foram tomadas para abrigar temporariamente 100.000 pessoas. A doença estava erradicada do Haiti havia mais de um século, mas reapareceu em outubro em diversas regiões do norte da ilha como resultado da má qualidade da água potável. O país caribenho é o mais pobre da América.