Embaixadora de Londres-2012 é presa por vandalismo
Jovem havia sido selecionada para representar a cidade nas Olimpíadas
A jovem Chelsea Ives, de 18 anos, embaixadora dos Jogos Olímpicos de Londres-2012, foi acusada de participar de atos de vandalismo na série de tumultos que atingem a capital britânica desde o último sábado, informou o jornal britânico The Sun nesta sexta-feira. Os seus próprios pais a reconheceram em uma imagem na qual aparece depredando um carro policial e a denunciaram à polícia.
Entenda o caso
- • No dia 4 de agosto, um homem negro de 29 anos morreu após ser baleado por policiais em Londres. A polícia diz que estava tentando prender Mark Duggan quando ele reagiu, mas há versões que desmentem que a vítima estivesse armada
- • Dois dias depois, 120 pessoas se reuniram em uma marcha para protestar contra a morte de Duggan e pedir justiça. Porém, duas horas depois, gangues começaram a atacar policiais e depredar prédios, carros e bancos da cidade
- • Desde então, a onda de vandalismo se espalhou por diversos bairros de Londres e chegou até a outras cidades britânicas, com convocações feitas por meio de redes sociais na internet e mensagens de celular
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Depois de ver a filha nas imagens dos ataques em Londres, os pais de Chelsea, Adrienne e Roger, esperaram ela chegar em casa para denunciá-la aos policiais. “Eu não me arrependo e faria novamente. Eu amo minha filha, mas ela foi criada para saber o que é certo e o que é errado”, disse Adrienne ao The Sun.
Chelsea faz parte de um grupo de jovens londrinos selecioandos para atuar como embaixadores dos Jogos Olímpicos de 2012. Os jovens representarão o orgulho da capital britânica para receber oficialmente os visitantes.
“Ficamos chocados, ela está estudando em nível A, é uma boa esportista e grande cantora – uma bela, criativa e talentosa criança. Nós a amamos. Mas olhe o que ela fez. Esses distúrbios têm custado às pessoas os seus empregos e até vidas. Estamos entrando no inferno”, lamentou a mãe de Chelsea.
A jovem foi levada em custódia pela polícia e passou a noite de quinta-feira no magistrado de Westminster, apesar de ter negado sua participação em atos de vandalismo e roubos. “Houve muito choro. Ela não tentou evitar que telefonássemos para a polícia, ela sabia que não tinha jeito. Foi devastador quando ela estava sendo levada. Eu não quero que minha filha vá para a prisão. Mas faríamos isso novamente”, disse o pai, Roger.
Prisões – Segundo a Scotland Yard, o número de detidos na Grã-Bretanha subiu nesta sexta-feira para 1.600 pessoas. Na capital britânica, o número de presos por atos violentos, desordens e saques, chega a 1.103 pessoas, das quais 654 foram processadas.