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Clérigo pró-talibã questiona atentado contra Malala

Chefe do maior partido político religioso do Paquistão disse não acreditar que ela tenha sido atingida na cabeça. Jovem ativista se recupera em hospital

Por Da Redação
5 nov 2012, 17h54

O chefe do maior partido político religioso do Paquistão levantou dúvidas sobre o atentado do talibã contra a jovem Malala Yousafzai, de 15 anos, dizendo não acreditar que ela tenha sido atingida na cabeça.

A ativista pelo direito das meninas de estudar foi ferida por tiros no dia 9 de outubro, em Mingora, a principal cidade do Vale de Swat (noroeste do Paquistão) quando voltava da escola. Ela se recupera em um hospital em Birmingham, na Inglaterra. Os médicos dizem que a bala passou pela cabeça e pescoço da jovem antes de atingir o ombro esquerdo.

No entanto, o clérigo pró-talibã Fazlur Rehman, chefe do partido Jamiat Ulema-e-Islam Fazl (JUIF), a maior facção religiosa no Parlamento do Paquistão, rejeitou a informação médica.

“As imagens mostradas nos meios de comunicação mostraram toda a situação como suspeita porque não havia nenhum sinal de lesão depois que o curativo foi removido”, afirmou em um comício no noroeste do Paquistão, neste domingo. “Isso mostra que a bala não a atingiu na cabeça”.

Muitos no Paquistão acreditam que o ataque foi parte de um complô para difamar o talibã e o islã. No país, as teorias da conspiração são comuns e tratam de diversos temas.

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Imagens divulgadas pelo hospital Queen Elizabeth no final de outubro mostraram Malala com a maior parte de sua cabeça coberta com uma toalha azul. Segundo os médicos, a jovem ainda precisa lutar contra uma infecção antes de ser submetida a uma cirurgia reconstrutora.

Desculpas – Em entrevista à rede CNN, a irmã de um dos suspeitos de atirar contra Malala pediu desculpas à vítima. “Por favor, levem esta mensagem a Malala, digam que eu peço desculpas pelo que meu irmão fez a ela”, disse Rehana Haleem sobre seu irmão Attah Ullah Khan, de 23 anos. “Ele trouxe vergonha para a nossa família. Perdemos tudo depois do que ele fez”.

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Um dia depois do ataque, conta Rehana, forças de segurança foram até a casa da família do suspeito, em busca de documentos e fotos. Rehana dis que foi levada, junto com familiares, para uma casa que tinha grades nas portas e nas janelas. Os policiais perguntaram se ela sabia como entrar em contato com o irmão por telepone. A resposta foi negativa.

“O que ele fez foi intolerável”, avaliou Rehana. “Malala é como uma irmã. Queria expressar minha preocupação por ela em nome de toda a minha família. Espero que ela se recupere rápido e retome sua vida normal o mais rápido possível. Espero que ela não considere a mim ou a minha família como inimigos. Eu não considero mais Atta Ullah meu irmão”.

Depois do ataque, a milícia fundamentalista divulgou comunicado dizendo que, se Malala sobrevivesse, eles atacariam novamente. Se a jovem voltar para o Paquistão, o governo afirma que ela terá proteção, assim como sua família.

(Com agência France-Presse)

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