Cairo, 5 abr (EFE).- O aspirante da Irmandade Muçulmana à Presidência do Egito, Khairat al Shater, apresentou nesta quinta-feira sua candidatura oficialmente apoiado por centenas de seguidores, que o veem como futuro ‘engenheiro do renascimento’ egípcio.
Shater chegou à sede da Comissão Suprema Eleitoral Presidencial no Cairo para entregar os documentos necessários para o registro como candidato ao pleito de maio ovacionado pelos seus seguidores. Ele irá concorrer ao pleito de maio, o primeiro após a revolução egípcia.
Shater, que conta com o apoio de 279 deputados para sua candidatura, forneceu ao grupo grandes quantias de dinheiro oriundas do rendimento do conglomerado empresarial que controla.
O apoio que desperta entre as bases do movimento ficou nesta quinta-feira patente a julgar pela quantia de seguidores que decidiram acompanhar o registro de sua candidatura.
Com cartazes e fotos do engenheiro, bandeiras do Egito, da Irmandade Muçulmana e de seu braço político Partido Liberdade e Justiça, seus seguidores tocaram tambores e entoaram o hino nacional para apoiar sua candidatura, anunciada há apenas cinco dias.
No princípio, a Irmandade Muçulmana havia se comprometido a não aspirar à chefia de Estado, mas o grupo aprovou em uma votação apertada no sábado o apoio a Shater.
Esta decisão pode ter grande influência sobre o pleito presidencial pelo enorme peso popular do grupo, cujo partido ocupa a metade das cadeiras do Parlamento.
O candidato foi condenado em 15 de abril de 2008 a sete anos de prisão por lavagem de dinheiro e por pertencer a uma organização proibida, após o triunfo da revolução, no entanto, foi colocado em liberdade.
Esta condenação semeia dúvidas sobre sua candidatura, já que, como publicou a imprensa recentemente, Shater poderia estar inabilitado a ocupar cargos públicos.
Seus partidários negam e com exemplares do Corão na mão destacaram nesta quinta-feira ‘a pureza’ do candidato, aproveitando qualquer oportunidade para explicar aos jornalistas seus motivos para apoiar a Shater.
O aspirante da Irmandade Muçulmana não é o único sobre o qual pairam dúvidas. Nos últimos dias aumentaram as especulações de que vários dos candidatos ou seus progenitores teriam nacionalidade estrangeira, o que os impediria de concorrer ao pleito.
O caso mais midiático está sendo o do xeque salafista Hazem Abu Ismail, que também figura entre os favoritos. Diz-se que sua mãe é americana, mas ele nega. EFE