Após Twitter, WikiLeaks acredita que Facebook e Google também tenham sido intimados pelo governo dos EUA
Ordem judicial exige informações pessoais do fundador do site, Julian Assange
“O Departamento de Estado pediu as mensagens privadas, os contatos, os endereços IP e os dados pessoais da conta de Julian Assange e de pelo menos outras três pessoas associadas ao WikiLeaks”
O WikiLeaks acredita que os Estados Unidos estejam usando as redes sociais para contra-atacar o site que se dedica a divulgar informações sigilosas da Casa Branca. O alvo seria seu fundador, Julian Assange. Uma ordem judicial emitida em dezembro exige que o Twitter repasse informações detalhadas dele e de alguns colaboradores. A informação foi divulgada na sexta-feira pela revista Salon, que teve acesso ao documento. Agora, o WikiLeaks acredita que o Facebook e o Google (responsável pelo Orkut) também tenham sido intimados mas, ao contrário do Twitter, não notificaram seus usuários.
“O Departamento de Estado pediu as mensagens privadas, os contatos, os endereços IP e os dados pessoais da conta de Julian Assange e de pelo menos outras três pessoas associadas ao WikiLeaks”, informou o site. A intimação requer informações do dia 1º de novembro de 2009 até os dias atuais, informou um membro do Parlamento da Islândia que também teve a quebra de sigilo requerida. Ao receber o documento, o Twitter entrou com um recurso pedindo autorização para avisar os usuários afetados. Na quarta-feira, a permissão foi concedida e o WikiLeaks, que tem dez dias para recorrer, ficou sabendo dos planos do governo americano.
Neste sábado, o site divulgou um comunicado no qual afirma que tudo isso faz parte de uma investigação secreta de Washington por espionagem. “Se o governo iraniano tentasse mediante coerção obter informação sobre jornalistas e ativistas estrangeiros, os grupos de direitos humanos ao redor do mundo se pronunciariam a respeito”, afirmou a nota. O documento da Casa Branca confirma que há “uma investigação criminal em curso” mas não dá detalhes, defendendo apenas que os dados pedidos sobre Assange e pessoas próximas a ele são “relevantes”.
Outras redes sociais – Como a abrangência do caso parece grande e o WikiLeaks só foi informado pelo Twitter, o site acredita que outras redes sociais também estejam sendo obrigadas a revelar informações sigilosas de seus usuários. Também neste sábado, a organização pediu no Twitter que Facebook e Google revelem “qualquer intimação recebida” da Justiça americana – nenhum dos dois se manifestou a respeito. O microblog também não comentou o caso e disse apenas que sua política é a de notificar os seus usuários, sempre que possível, de pedidos de informação do governo.
O WikiLeaks despertou a ira do governo americano em novembro do ano passado, quando vazou milhares de documentos secretos da diplomacia do país revelando comunicações entre as embaixadas em todo o mundo. Desde então, a Casa Branca estuda um meio de conter o avanço do site, que já disse ter muito mais informações sigilosas a revelar.
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