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Adriano diz que continua na Roma, e sonha com o Flamengo

Atacante chega de Porsche, e é cercado por centenas de fãs na Vila Cruzeiro, em sua primeira visita após a ocupação da favela pelas forças de segurança

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 dez 2010, 16h18

“O sonho do Ronaldo é jogar comigo no Brasil. Se ele ficar mais três anos na ativa, quem sabe isso não pode ser realizado?”

O atacante Adriano pôs fim, nesta quarta-feira, às especulações sobre sua volta ao Brasil em 2011. Durante evento de lançamento do projeto social “Imperadores da Vila”, na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro, ele confirmou que cumprirá seu contrato com o Roma. Mas gastou boa parte do tempo em declarações de amor ao Flamengo. “Quando sair do Roma, vou voltar para o Flamengo”, afirmou, enterrando a hipótese de jogar no Corinthians durante a Taça Libertadores da América. Ainda sobre o time de coração, Adriano afirmou que para se trabalhar lá “tem que ter as pessoas certas”. “Se formar uma família, o Flamengo trará muitas alegrias para o torcedor”, disse, referindo-se ao momento difícil pelo qual passa o time rubro-negro – numa crise que tem o próprio Adriano como um dos protagonistas.

O imperador mostrou-se confiante de que uma nova fase começa na Itália. Mas não esquece que viveu momentos complicados na carreira. Ao ficar como reserva do Roma, quando chegou a pensar em voltar para o Brasil. “Na época, quis sair porque não estava jogando, eu queria fazer parte do grupo e não conseguia me sentir assim”, afirmou para em seguida lembrar que Ronaldo o telefonou preocupado com a sua situação. “O sonho do Ronaldo é jogar comigo no Brasil. Se ele ficar mais três anos na ativa, quem sabe isso não pode ser realizado?”, brincou.

Adriano estava animado, ainda contente por ter jogado a última partida contra o Milan. “Conversei bastante com a presidente (Rosella Sensi). Eu estava um pouco triste porque não estava jogando. Ela me pediu paciência e disse que minha oportunidade ia surgir. E surgiu agora, no último jogo contra o Milan.” A alegria de entrar em campo fez com que Adriano sequer reclamasse dos dois meses de salários atrasados- ele diz entender que esse momento é particular porque o clube está sendo vendido.

Vila Cruzeiro – Sua visita a Vila Cruzeiro, onde nasceu e foi criado, foi a primeira depois da pacificação. Adriano mal conseguia se movimentar de tanta gente querendo uma foto com ele. “Eles não ficam assim quando eu venho aqui. Isso é porque estão vendo fotógrafos”, afirmou o jogador, que se comporta como um “local”. A essa altura, ele já estava sem blusa e, apesar do assédio, principalmente das crianças, parecia à vontade. Apenas detalhes indicavam que a vida dele é bastante diferente da dos moradores. A pulseira, o cordão e o relógio eram alguns deles. Seu carro, um Porsche Cayenne branco, não pode ser classificado como um detalhe, mas não pareceu chamar a atenção de ninguém.

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Vila Cruzeiro sempre foi seu refúgio. E foi lá que ele se meteu em algumas das maiores confusões de sua vida. Foi afastado do Flamengo depois de uma briga durante uma festa, envolvendo sua noiva, Joana Machado; e, depois de ser fotografado ao lado de um homem que portava um fuzil, foi acusado de ligação com o tráfico.

Na conversa com os jornalistas, Adriano aproveitou para dizer que nunca usou drogas. E disse que a ocupação da favela vai ajudá-lo a mostrar isso. “Para mim, é até melhor. Quando eu vinha para cá, falavam em tráfico de drogas. Hoje quando vim ninguém falou nada disso. Jamais usei drogas. Tendo essa oportunidade que o governo está dando, vocês vão poder me ver no bar, jogando com as crianças, descalço e sem camisa”.

“Imperadores da Vila”– A ideia do projeto é construir um complexo esportivo na Vila Cruzeiro para que as crianças tenham um momento de lazer após ou antes de irem à escola- uma espécie de horário integral, uma vez que a proposta é trabalhar junto com as escolas. De efetivo até agora, só a conversa entre representantes do projeto diretoras de instituições de ensino da favela. Por enquanto, a ação deve atender cerca de dois mil jovens. “Eu dei muita sorte de ser um jogador de futebol conhecido. O pensamento é ajudar as crianças a terem um futuro melhor”, disse Adriano.

A mãe do imperador, Rosilda, também está á frente do projeto e é quem ficará responsável por assinar os contratos pelo Adriano. Para ela, essa iniciativa é uma lento para as crianças. “Vendi botijão de gás e doce. Trabalhei muito. Para o Adriano treinar, eu tinha de pagar”, afirma Rosilda.

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