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Carta de Mário de Andrade, mantida em sigilo, será revelada

Texto trocado com Manuel Bandeira seria único documento em que o escritor admitiria homossexualidade

Por Da Redação
16 jun 2015, 09h53

Uma carta do escritor Mário de Andrade (1983-1945) ao poeta Manuel Bandeira (1886-1968), mantida em sigilo desde 1978, quando foi doada pela família de Bandeira ao acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa, em Botafogo, na zona sul do Rio, vai se tornar pública na próxima quinta-feira, 18. A ordem para divulgá-la foi tomada pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 9 de junho, após processo com base na Lei de Acesso à Informação que se estendeu por quatro meses. Pesquisadores supõem que, no documento, Mário admita expressamente ser homossexual. A carta poderá ser vista pessoalmente, após agendamento pelo e-mail consulta.acervo@rb.gov.br.

A opção sexual do autor de Macunaíma é debatida há décadas. Embora o escritor tenha dado indícios em outras cartas e em sua obra, como no conto Frederico Paciência, nunca houve uma conclusão, já que em nenhum momento Mário admitiu publicamente a opção. O teor da carta – uma das quinze trocadas entre os literatos no período de 1928 a 1935 – não teria sido divulgada até hoje por ser o único documento em que ele admitiria a homossexualidade.

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A carta integra um conjunto de documentos e livros doados pela família de Bandeira à Casa de Rui Barbosa. Todos os demais objetos já estavam disponíveis para consulta pública. Em fevereiro, um pesquisador cujo nome não foi divulgado fez um pedido à Casa de Rui Barbosa, negado. Ele recorreu ao Ministério da Cultura (MinC), ao qual a instituição é vinculada. O MinC também negou o pedido, mas o pesquisador recorreu à instância seguinte, a CGU, que considerou o documento público. Se a Controladoria mantivesse a resposta negativa, ainda restaria uma instância, a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, composta por representantes de dez ministérios ou repartições públicas.

Pesquisadores temem que, a partir desse episódio, acervos importantes só sejam doados por colecionadores ou personalidades para entidades privadas, que não se submetem à Lei de Acesso à Informação. O compositor, poeta e produtor cultural Hermínio Bello de Carvalho, estudioso da obra de Mário de Andrade, afirmou desconhecer a existência dessa carta, mas avalia que nada vai mudar a reputação do escritor. “Qualquer que seja o conteúdo dessa carta, não vai conspurcar a biografia do Mário, tudo o que ele produziu para a cultura brasileira.”

(Da redação com Estadão Conteúdo)

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