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Variação dos preços do material escolar passa de 500%

Diferença de valores pode ser constatada em itens simples, como pasta com elástico e estojo. Confira comparação e orientação de especialista

Por Bianca Bibiano
20 jan 2014, 11h22

Nos primeiros dias de 2014, a cena se repete: pais e mães visitam papelarias em busca de material escolar. É a preparação para a volta às aulas. Com cestinhas cheias de cadernos, lápis e canetas coloridas, eles enfrentam a maratona de compras de olho nos preços. A tarefa de comparar preços é de fato essencial. Levantamento feito pelo site de VEJA entre os dias 7 e 9 deste mês em lojas de São Paulo e Rio de Janeiro mostra que os preços cobrados por diferentes estabelecimentos podem variar mais de 500%.

O estojo e a pasta com elástico, itens obrigatórios para a maioria dos alunos, são os artigos que apresentaram a maior variação. Em São Paulo, uma pasta transparente pode custar de 0,90 reais a 5,90 reais – alta de 556%. Já o preço do estojo de modelo simples sem estampas varia entre 2,70 reais e 12,90 reais – diferença de 378%.

Para desespero dos pais, esse último item pode pesar mais no orçamento se a criança escolher um modelo estampado com personagens e muito brilho. No Rio de Janeiro, a diferença de preço entre um modelo simples e um decorado, com dois zíperes e personagem da Disney, chega a 638%.

Para Samy Dana, professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), as diferenças de preço entre os estabelecimentos são fruto de estratégias de venda: as lojas dão descontos em alguns itens e compensam o ganho menor elevando o valor de outros produtos. “Além disso, uma papelaria grande em geral tem condições de oferecer preços mais baixos porque compra itens em grande quantidade”, diz.

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Para economizar, ele recomenda aos pais que procurem a escola para saber quais materiais são imprescindíveis para o começo das aulas e comprar apenas o necessário. “É um gasto sazonal, mas pesa no orçamento do começo do ano, quando já existem gastos como IPVA e IPTU.”

Outra sugestão é recorrer às compras coletivas. “As associações de pais podem se organizar para comprar o material em grandes quantidades. Isso garante descontos significativos”, diz Dana. Optar pelos pacotes oferecidos pelas escolas também pode sair mais em conta. “Como eles compram no atacado, por vezes conseguem o produto direto com o fabricante. Mas não faça essa opção sem antes fazer uma pesquisa em outros estabelecimentos.”

Direitos do consumidor – Um levantamento do site Reclame Aqui feito a pedido do site de VEJA apontou que, entre os dias 1º de dezembro do ano passado e 7 de janeiro deste ano, a instituição recebeu 293 queixas relacionadas a compra de material escolar. O número é 10% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Entretanto, houve aumento nas queixas relacionadas às compras virtuais. Para Dana, a compra virtual tem a vantagem da comodidade, mas é importante considerar gastos com frete e taxas extras.

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De acordo com o Procon de São Paulo, os pais também precisam ficar atentos para pedidos abusivos das escolas. “A lista de material escolar só pode conter itens que serão de uso pessoal do aluno. Produtos como material de limpeza e itens de escritório devem ser fornecidos pelo colégio”, explica a diretora de atendimento, Selma do Amaral, que destaca que desde novembro de 2013 a cobrança de material de uso coletivo é proibida por lei nacional.

Ela também orienta para que os pais fiquem atentos à venda casada, prática proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. “Obrigar os pais a comprar o material na escola ou em uma determinada loja é contra a lei. Aqueles que oferecem esse serviço devem também repassar uma lista para que a família possa pesquisar em outros estabelecimentos. Apenas fogem a essa regra itens como apostilas e uniformes feitos pela própria escola”, afirma Selma.

Reaproveitamento e planejamento – Outra opção econômica e sustentável é reaproveitar itens do ano anterior, prática cada vez mais comum na rede privada. Na Escola Stance Dual, de São Paulo, há mais de dez anos os alunos organizam uma feira de livros usados. “Eles vendem por preços simbólicos e toda a renda é arrecadada para um projeto social escolhido pela turma que organizar o evento”, explica Ana Claudia Correia, orientadora educacional da instituição. No último ano, a escola também decidiu incentivar a troca de uniforme entre os alunos. “Isso reduz muito os gastos. Uma blusa de agasalho, por exemplo, pode ser repassada para um aluno de tamanho menor”, conta Ana Claudia.

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Fazer um planejamento antecipado ainda é o melhor caminho para não ser pego de surpresa pelos preços da lista, que só com itens de papelaria pode custar até 248,53 reais. De acordo com Dana, as famílias precisam calcular o total gasto com esse material, que ainda inclui livros, dicionários, uniforme e até pen drive. “Se o custo total for de 1.200 reais, eles podem se programar para guardar 100 reais por mês e, quando chegar à época, não ficarem endividados”, defende.

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