MPF quer que universidade, alunos e ex-aluno indenizem vítimas de trote
Ação totaliza 400.000 reais e é referente a fatos ocorridos em 2010
O Ministério Público Federal (MPF) de Guarulhos entrou com ação na Justiça Federal pedindo que a Universidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e mais dois estudantes e um ex-aluno da instituição paguem 400.000 reais por danos morais coletivos decorrentes de um trote violento contra calouros em 2010. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pela assessoria de imprensa do MPF.
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Em fevereiro de 2010, calouros do curso de medicina foram levados a um sítio e submetidos a agressão física e moral. “Após passarem por um circuito de lama e uma piscina de frutas estragadas, foram conduzidos para uma cruz de madeira onde foram agredidos com ovos, farinha, ketchup, mostarda, cerveja e peixe podre”, afirma o procurador. De acordo com o MPF, além de terem sido humilhados, alguns jovens relataram ter recebido tapas dos veteranos. Traumatizada, uma das estudantes agredidas desistiu de cursar medicina na universidade.
A Universidade de Mogi das Cruzes teria responsabilidade no episódio por ter sido omissa, já que caberia à instituição reprimir tais práticas. Além das indenizações, o MPF pede que a Justiça determine que a universidade adote medidas preventivas para impedir a realização de trotes violentos no início deste ano letivo. Para isso, pede a contratação de segurança privada e solicita apoio à Polícia Militar. Caso a liminar seja desrespeitada, a ação defende a aplicação de multa diária no valor de 100.000 reais.
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