Tombini: mercado se beneficiará se retirada dos estímulos do Fed for atencipada
Em audiência no Senado, o presidente do BC brasileiro também afirmou que o programa de intervenção cambial para 2014 deve ser detalhado no final da próxima semana
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que o mercado se beneficiará se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) retirar os estímulos à economia norte-americana o quanto antes. Para o dirigente do BC, isso reduziria a volatilidade. “Na minha visão, quanto mais cedo se iniciar efetivamente a retirada dos estímulos monetários e quanto mais previsível for a sua intensidade e velocidade, menor será a volatilidade nos mercados financeiros internacionais”, afirmou Tombini em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. “Consequentemente, mais suave será o período de transição para a economia mundial”, acrescentou.
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Os mercados globais estão à espera do início da redução das compras mensais de 85 bilhões de dólares em ativos pelo Fed. Essa forte injeção de recursos tem garantido liquidez aos mercados globais, mas há receios entre investidores sobre como será o processo de normalização das condições monetárias nos EUA e seus impactos nos fluxos de capitais, sobretudo para economias emergentes. “O principal desafio dos agentes econômicos públicos, em especial dos bancos centrais, é assegurar que o período de transição seja o mais suave possível para as respectivas economias”, disse Tombini.
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Intervenções no câmbio – Segundo ele, o Brasil “está preparado para atravessar esse período sem maiores sobressaltos” porque conta “com um nível confortável de reservas internacionais”.
Durante a audiência, Tombini voltou a dizer que o BC manterá o programa de intervenção cambial em 2014 com alguns ajustes. Ele disse ainda que os detalhamentos sobre o programa do ano que vem serão divulgados até o fim da próxima semana – período que coincide justamente com o último encontro do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, nos dias 17 e 18 de dezembro. Ao final da reunião, o Fomc deve divulgar a decisão sobre a política monetária.
(com agência Reuters)