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Sem reformas nem reequilíbrio fiscal, país só volta a crescer em 2018, diz estudo

Expansão média até 2022 será de apenas 1,1% ao ano, prevê consultoria; com medidas aprovadas, ritmo sobe para 2,7% ao ano

Por Marcelo Sakate Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 jun 2016, 09h48

O avanço das investigações da Operação Lava Jato, que atingiram nas últimas semanas a cúpula do PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente interino, Michel Temer, tem ampliado as incertezas de analistas sobre a capacidade de o novo governo aprovar as medidas necessárias para fazer a economia brasileira voltar a crescer. Um estudo da 4E Consultoria, feito a pedido de VEJA, dá a dimensão do custo para o país caso nada de relevante entre em vigor nos próximos anos.

“O fracasso da agenda de reformas reduzirá a capacidade de crescimento e de geração de renda do país por um longo período”, afirma Thiago Curado, economista da 4E Consultoria. A agenda esperada pelos analistas envolve não só a aprovação do projeto que estabelece um teto para a evolução anual dos gastos federais mas também ações complementares, entre as quais a reforma da Previdência e a desvinculação de benefícios do INSS ao reajuste do salário mínimo. Entram ainda na lista de pontos essenciais a flexibilização de leis trabalhistas e a abertura comercial, de forma a resgatar a competitividade das empresas do setor privado.

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Se essas reformas avançarem, segundo simulações da consultoria, o país voltará a crescer já no próximo ano, com expansão média de 2,7% entre 2016 e 2022. O governo conseguirá equilibrar as contas públicas em 2019, estabilizando a dívida bruta em um patamar equivalente a 81% do PIB no ano seguinte. No cenário pessimista, sem a aprovação de medidas relevantes nem na área fiscal nem em termos de estímulo à atividade econômica, o país só voltaria a crescer em 2018, com expansão média de 1,1% do PIB no mesmo intervalo de comparação. O Brasil só voltaria a registrar superávit nas contas primárias em 2020, o que não impediria a trajetória de elevação da dívida bruta até o patamar de 87,3% do PIB em 2022. As simulações da 4E tiveram como base o modelo adotado pelo Banco Central para fazer as suas projeções.

Em pouco mais de um mês no poder, o governo de Michel Temer obteve alguns avanços na área econômica. Ele montou uma equipe experiente e respeitada pela competência e conseguiu a aprovação na Câmara da medida que reduz o engessamento dos gastos públicos, uma flexibilização importante em tempos de crise. Na semana passada, encaminhou aos parlamentares o projeto que cria um teto para a expansão das despesas federais por vinte anos, com possibilidade de revisão das regras na metade desse período. A cada novo orçamento, o teto será dado pela variação da inflação no ano anterior. Isso significa que aumentos reais das despesas, acima da variação dos preços, não serão mais permitidos. Se aprovada, a medida deverá contribuir para estancar o desequilíbrio crescente gestado nos últimos anos.

“Vivemos a ilusão de que seria sempre possível gastar mais, transferindo a conta para o futuro. Esse futuro está chegando”, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na posse do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, também na última semana. A nova equipe econômica sabe da urgência das reformas e, para tanto, conta com o apoio de parte considerável do empresariado nacional. A questão é como evitar que a Lava Jato contamine a base política do governo no Congresso, colocando tudo a perder.

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