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São Paulo e Rio são as capitais que mais perdem talentos para o resto do país

Pesquisa do IPEA indica que, entre 2005 e 2010, saíram da capital paulista cerca de 30.000 pessoas com alta formação. Brasília foi a região que mais recebeu pessoas com ensino superior completo

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
2 dez 2013, 15h38

Migração rumo ao interior também aumentou a quantidade de pessoas que trabalham em uma cidade e moram em outra. Cerca de 15,4 milhões de pessoas deixavam o município de residência para trabalhar ou estudar em 2010

Considerada a capital dos imigrantes do país, a região metropolitana de São Paulo liderou a exportação de cérebros para o interior do Brasil na última década. De 2005 a 2010, a capital paulista registrou a saída de cerca de 30.000 pessoas para outras regiões, se considerada a diferença entre imigrantes e emigrantes. A região metropolitana do Rio de Janeiro teve a segunda maior evasão de portadores de diplomas no período, com a ida de 62.000 pessoas com ensino superior completo para outras localidades. A pequena Santa Maria, do Rio Grande do Sul, cidade universitária onde ocorreu no início do ano a tragédia da boate Kiss, foi a terceira região que mais exportou trabalhadores de nível superior, segundo a pesquisa Brasil em Desenvolvimento 2013 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgadas nesta segunda-feira.

A evasão de mão de obra qualificada traz desafios para o desenvolvimento econômico dessas regiões. Não à toa, o estado do Rio de Janeiro cresceu em média 3,52% entre 2005 e 2010, abaixo, portanto, da expansão média brasileira do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e riquezas produzidas no país) de 4,26% no período. Já São Paulo, mesmo com a perda de talentos, cresceu 4,92% no período, acima da média dos outros estados.

“Pessoas de alta escolaridade são um insumo fundamental para o crescimento. Talvez o Rio de Janeiro pudesse adotar uma política de reter talentos ou atrair os que saíram”, disse Marcelo Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência e presidente do Ipea.

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Se as principais capitais do Sudeste perderam talentos, Brasília – com supersalários do funcionalismo público e concursos a perder de vista – foi a principal importadora de mão de obra qualificada, com a atração de 17.000 talentos de 2005 a 2010. Curitiba foi a segunda principal importadora, com a chegada de 12.000 pessoas. Quanto maior a escolaridade, mais alta é a probabilidade de migração, de acordo com o estudo do Ipea. Para indivíduos com apenas o ensino fundamental, a chance de migração era de 5%, enquanto pessoas com ensino superior tinham chance de 7,8% de emigrar.

Essa migração rumo ao interior também aumentou a quantidade de pessoas que fazem movimentos pendulares, isto é, trabalham em uma cidade e moram em outra. Cerca de 15,4 milhões de pessoas deixavam o município de residência para trabalhar ou estudar em 2010. Esse contingente mais que dobrou desde 2000, quando eram 7,4 milhões de pessoas. Como a dispersão da população qualificada, o crescimento dos deslocamentos interurbanos também aumentou os desafios para a vida nas cidades. O tempo para se deslocar entre o trabalho e a residência só fez subir.

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Outra pesquisa do Ipea mostrou que o tempo médio de deslocamento nas metrópoles cresceu 12% entre 1992 e 2012, de 36 minutos e meio para quase 41 minutos. “Isso se deve ao crescimento econômico mais descentralizado e impõe desafios principalmente ao transporte intermunicipal”, avalia Neri.

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