Produção industrial cai 0,6% em outubro, segundo IBGE
Na comparação com outubro de 2010, a produção caiu 2,2%
A produção industrial caiu 0,6% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com outubro de 2010, a produção da indústria nacional caiu 2,2%.
Até outubro, a produção industrial acumula altas de 0,7% no ano e de 1,3% nos últimos 12 meses.
Os indicadores mostraram recuo em praticamente todas as categorias de uso na passagem de setembro para outubro, segundo o levantamento. A única exceção foi a produção de bens duráveis, que subiu 2,4%, no período. Na mesma base de comparação, a produção de bens intermediários recuou 0,5%; a de bens de consumo caiu 1,6%; a de bens semiduráveis e não duráveis teve queda de 1,3% e a de bens de capital caiu 1,8%.
Já na comparação com outubro do ano passado, todas as categorias registraram queda. A produção de bens de capital caiu 0,2%; a de intermediários cedeu 0,3%; a de bens de consumo tombou 4,7%; a bens duráveis despencou 10,1%; e a de semiduráveis e não duráveis teve queda de 3%.
Com a queda apurada em outubro, o indicador ficou 4,7% abaixo do nível recorde alcançado em março, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, do IBGE. A redução no ritmo da atividade teve perfil generalizado e foram registradas taxas negativas em 20 dos 27 ramos pesquisados.
O destaque foi a queda de 5% no setor de alimentos, eliminando o crescimento de 3,1% verificado na leitura anterior. Outras influências negativas vieram dos setores de edição e impressão (-6,7%), máquinas e equipamentos (-3,1%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-5,0%), fumo (-12,0%) e metalurgia básica (-1,0%) – atividades que também apontaram taxas negativas no mês anterior (-5,6%, -5,8%, -11,7%, -23,9% e -0,1%, respectivamente).
Já os principais impactos positivos foram veículos automotores (+1,3%) – que voltaram a registrar aumento na produção, após recuar 12,6% em setembro -, refino de petróleo e produção de álcool (+1,5%), celulose e papel (+2,3%) e farmacêutica (+1,6%).
A expectativa é de que os números do PIB a serem divulgados pelo IBGE em 6 de dezembro mostrem estagnação ou uma leve queda no terceiro trimestre, algo já sugerido pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), que funciona como um sinalizador do comportamento do PIB.
Numa tentativa de proteger a atividade doméstica das intempéries externas, o governo anunciou na véspera um pacote de medidas para estimular o consumo, poucas horas após o BC ter implementado o terceiro corte seguido da taxa básica de juros, o que também tende a alimentar o consumo.
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(Com Agência Estado e Reuters)