Preço de imóveis volta a desacelerar em julho, segundo FipeZap
Em 12 meses, alta acumulada de 10,4% é a menor desde 2011, em um mercado que passa por ajustes
O preço do metro quadrado de imóveis novos e usados anunciados em 16 cidades brasileiras voltou a desacelerar em julho, de acordo com o índice FipeZap Ampliado, divulgado nesta quinta-feira. O indicador cresceu 10,4% em 12 meses até julho, em relação a 2013. Esta é a oitava vez consecutiva que o indicador desacelera, com o pior mês de julho desde 2011. A tendência continua em desaceleração, uma vez que, na mesma base de comparação, o preço do metro quadrado havia aumentado 10,9% em junho, 11,7% em maio e 12,2% em abril.
Entre janeiro e julho, o crescimento do preço do metro quadrado do imóvel pronto (a maioria usado) foi de 4,11% em média, contra uma inflação esperada de 3,9% para o mesmo período, segundo dados do boletim Focus, do Banco Central. Em sete das 16 cidades pesquisadas, houve queda real de preços.
Considerando apenas julho, o índice médio das 16 cidades subiu 0,60%, acima da inflação esperada para o mês (de 0,14%). A média do metro quadrado foi de 7.574 reais.
“Não podemos olhar apenas o ‘mês a mês’, pois é preciso considerar questões pontuais e mesmo sazonais do mercado imobiliário. Junho e julho foram meses bem atípicos. O importante é olhar um prazo mais longo, no qual temos visto uma tendência de estabilidade”, diz o coordenador do Índice FipeZap, Eduardo Zylberstajn, acrescentando que os preços devem se aproximar cada vez mais da inflação. “É difícil a gente imaginar uma retomada do crescimento de preços se aqueles fatores que foram primordiais para essa explosão – o crédito e o mercado de trabalho – estão passando por um outro momento, em outro ritmo.”
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Em julho, o maior aumento foi registrado em Vitória (1,39%), que também lidera o aumento no ano (7,13%). Já o maior recuo foi em Brasília, que registra queda nominal tanto no mês (0,44%) como no ano (1,05%). Na capital do país, o movimento de queda já dura quase dois anos e mostra que há uma oferta excessiva de imóveis que está pressionando os preços.
No recorte por cidade, o metro quadrado mais caro continua sendo o do Rio de Janeiro, com média de 10.699 reais. No ano, o aumento na cidade foi de 5,64%. O valor mais alto está no bairro do Leblon, com média de 22.645 reais; já o metro quadrado mais barato é o da Pavuna, 2.250 reais.
Pelo segundo mês consecutivo, a capital paulista aparece com o segundo maior preço anunciado entre as 16 cidades monitoradas pelo FipeZap, com média de 8.186 reais o metro quadrado. O preço mais ‘salgado’ da capital paulista está na Vila Nova Conceição (14.114 reais), enquanto o mais barato está em Cidade Tiradentes (2.574 reais). No ano, a alta acumulada foi de 5,20%. Se descontada a inflação (3,9%), a alta real seria de 1,3%.
(com Estadão Conteúdo)