O Produto Interno Bruto (PIB) italiano se contrairá este ano “cerca de 2%”, anunciou neste domingo o presidente do Banco Central, que pediu que o país adote “um novo espírito italiano” para enfrentar a crise da dívida na Eurozona.

“As previsões indicam que o PIB vai cair cerca de 2%”, afirmou Ignazio Visco em entrevista publicada pelo Corriere della Sera, revisando em baixa sua previsão de maio que falava de uma contração de 1,5% para 2012.

“O ano de 2012 será negativo, mas se a situação não piorar, se os interesses da dívida caírem, se a solução da crise for compartilhada em nível europeu, poderemos ver a luz no fim do túnel até o final deste ano”, acrescentou.

O primeiro-ministro Mario Monti pressionou seus colegas europeus na cúpula de 28 e 29 de junho, em Bruxelas, para que aceitem que os fundos europeus possam comprar a dívida dos países em dificuldades no mercado secundário.

Apesar de, em um primeiro momento, os mercados se sentirem aliviados pela decisão, a dívida italiana está de novo sob pressão, forçando ao pagamento de juros acima de 6%.

Dívidas – Coincidindo com uma nova alta das taxas que a Itália e a Espanha pagam para refinanciar suas dívidas, Monti denunciou os países “nórdicos” por prejudicar a credibilidade das decisões da Zona do Euro, em referência à Finlândia e Holanda, que publicamente questionaram alguns dos aspectos do acordo alcançado em 29 de junho pelos dirigentes da Eurozona.

Monti, que participa nos Encontros Econômicos de Aix-en-Provence, sul da França, declarou ainda que espera que o Eurogrupo “traduza rapidamente em termos operacionais” as decisões adotadas por seus colegas.

Os ministros das Finanças da União Europeia se reúnem nesta segunda-feira, em Bruxelas.

(Com agência France-Presse)