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Oposição quer novas explicações do Banco Central

Líder do PSDB no Senado afirma que Henrique Meirelles enganou o Senado ao dizer que não sabia das irregularidades no PanAmericano antes da venda para a Caixa

Por Ana Clara Costa
23 nov 2011, 19h47

Após as informações divulgadas nesta quarta-feira, que mostram que o Banco Central autorizou a venda do banco PanAmericano para a Caixa já durante as investigações sobre a fraude, o BC poderá ser chamado novamente para dar explicações em Brasília. Segundo o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), os senadores ainda estão definindo como vão exigir explicações da autoridade monetária, tendo em vista que o presidente atual, Alexandre Tombini, não é o mesmo que respondeu na época do descobrimento da fraude. “Eu mesmo questionei o antigo presidente, Henrique Meirelles, e insisti que não era possível o BC não ter conhecimento da fraude. E ele mentiu ao afirmar que o banco não havia detectado nada durante a venda para a Caixa”, disse o senador em entrevista ao site de VEJA.

Em 24 de novembro do ano passado, em depoimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Meirelles afirmou que a inconsistência no PanAmericano só foi identificada em setembro. A venda do então banco de Silvio Santos para a Caixa Econômica Federal foi aprovada pelo BC, por ofício, no mês anterior, mais precisamente em 19 de julho, segundo reportagem desta quarta publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo – apesar de a publicação do aval no Diário Oficial só ter ocorrido em novembro.

“Perto do mês de julho [de 2010] já se tinha uma ideia de que existia uma inconsistência no sistema. Não se sabia quais bancos, nem se sabia quantos bancos, nem os valores precisos”, disse Meirelles na ocasião. “Foi feito um trabalho de mapeamento paulatino. No mês de setembro, chegou-se a esta instituição, que era o Banco PanAmericano.”

Segundo Dias, caberá agora ao Ministério Público responsabilizar os culpados – inclusive se for concluído que o BC está entre eles.

O inquérito da Polícia Federal sobre as negociações entre a Caixa e o PanAmericano contradiz o que o BC afirmou ao Senado, em 2010? Sim, pois eu mesmo questionei o Henrique Meirelles, presidente do BC na época, e insisti que não era possível o BC não ter conhecimento da fraude. Ele, por sua vez, negou que tivesse qualquer informação sobre irregularidades antes da venda do banco para a Caixa. O BC mentiu. Quem acompanhou a audiência pública em novembro do ano passado ouviu o que ele disse. E mentira, nesse caso, é crime.

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Há a intenção de chamar o BC novamente para dar explicações? Sim, mas ainda estamos definindo como isso será feito. O presidente atual (Alexandre Tombini) não é o mesmo que respondeu ao Senado em 2010. Então, estamos analisando quem vai representar o BC neste caso. Ele (Tombini) certamente vai dizer que não poderá responder pelo ex-presidente.

Quando isso deverá ocorrer? Ainda não temos previsão, pois levaremos um tempo para saber quem deveremos chamar. Principalmente agora, no final do ano, quando há muita coisa acumulada e acontecendo ao mesmo tempo.

Quais medidas podem ser tomadas para punir uma infração como essa? Caberá ao Ministério Público responsabilizar os culpados apontados pela investigação da PF, além de buscar ressarcimento e, até mesmo, aplicar ações cíveis. E nosso papel, nesse caso, é cobrar que as medidas judiciais sejam aplicadas a todos os envolvidos, sem exceção.

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