‘Não adianta ficar nervoso, tem de ter paciência’, diz Levy sobre Congresso
Em entrevista à Folha de S. Paulo, ministro da Fazenda evitou críticas aos parlamentares na implementação de uma agenda de crescimento para o país
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu a agenda legislativa para o crescimento e investimento do país, e acrescentou que deve-se ter paciência com o “timing” dos parlamentares na sua implementação. “O tempo do parlamentar não é linear. Não adianta às vezes você ficar nervoso, tem de ter paciência”, disse, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Sobre a volta do crédito, o ministro disse que ela só acontecerá quando o país acabar com suas incertezas, em resposta a crítica de petistas de que a Fazenda só fala em ajuste fiscal. “Qualquer pessoa com um treinozinho entende que hoje não crédito por causa da incerteza. Nem banco oficial hoje dá credito, olha como está o BNDES”, afirmou. “Falar de crédito hoje é priorizar a diminuição da incerteza”, complementou.
Levy também disse que a alternativa a uma não aprovação da CPMF no Congresso seria o aumento de “outros impostos”, que, em sua avaliação teriam maior ônus para a economia. Um exemplo é a Cide, sobre combustíveis, que não está descartada, mas que “contrata um impacto inflacionário muito significativo”. Para Levy, o cenário de aprovação da CPMF é o mais provável.
Questionado pelo “fogo amigo” vindo do PT, Levy desconversou. “Não sei exatamente a que você está se referindo, mas a expressão fogo amigo é aquele fogo que vai por engano, você pensa que está fazendo uma coisa, mas na verdade está atirando onde não quer”, disse. “Minha agenda é uma agenda de crescimento, não estou entendendo. Quem quiser falar de agenda de crescimento, já sabe o endereço, é aqui.”
Leia mais:
Brasil só terá superávit primário em 2017, diz FMI
Andrade Gutierrez busca CGU para fechar acordo de leniência
(Da redação)