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Mantega admite que meta do setor público não foi cumprida

O ministro da Fazenda reconheceu ainda que terá de lançar mão de abatimentos para cumprir a meta de superávit primário de 3,1% do PIB

Por Da Redação
28 jan 2011, 11h35

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu nesta sexta-feira que será necessário lançar mão de abatimentos para fechar o ano com o cumprimento da meta de superávit primário do setor público consolidado, de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). “A meta para 2010 para o governo central está cumprida, de 2,15% do PIB. Cumprimos a meta cheia. Em relação a estados e municípios, talvez não dê para cumprir totalmente”, disse.

O superávit primário representa a economia para o pagamento dos juros da dívida pública. Diante do resultado abaixo do esperado, Mantega admitiu que será necessário usar abatimentos em infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para fechar o ano. “Então, vai faltar alguma coisa para completar os 3,1% do PIB, e isso se dará por uma parte do PAC. Isso será conhecido na segunda-feira”, disse.

Resposta ao FMI – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI) que aponta perspectiva de piora da situação fiscal do Brasil neste ano.

“A previsão feita pelo Fundo Monetário está equivocada porque prevê um déficit nominal de 3,1% para 2011, sendo que nos trabalhamos com um defiict nominal em torno de 1,8%. Ou seja, quase a metade daquilo que está previsto”, afirmou o ministro a jornalistas.

Na quinta-feira, o FMI liberou um relatório com comentários sobre a economia global, afirmando que o equilíbrio fiscal em países como Brasil, China e Índia estão mais fracos do que o previsto, ressaltando que a deterioração nas contas fiscais brasileiras é “particularmente pronunciada”.

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A discussão vem em meio ao crescente distanciamento entre o discurso do governo e as expectativas do mercado quanto à dimensão do ajuste fiscal que será feito no país em 2011 dentro dos esforços para controlar a crescente inflação.

Economistas têm especulado sobre o tamanho do corte no Orçamento que seria necessário para permitir que o Banco Central não seja obrigado a apertar ainda mais a política monetária. Após a alta da Selic em 0,5 ponto porcentual, para 11,25% ao ano na semana passada, o mercado espera uma elevação de mais 1 ponto porcentual no atual ciclo.

“O BC conta com um corte de gastos do governo, se o governo não vier a cortar tantos gastos quanto o BC está esperando, vai precisar subir mais o juro”, disse Fernanda Camino, economista da XP Investimentos.

Números como 50 bilhões de reais e 60 bilhões de reais circulam pelo mercado. O governo ainda não deu qualquer sinalização sobre a dimensão do corte, embora esteja com discurso alinhado de que a economia será grande.

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BC ‘afinado’ com a Fazenda – Mantega afirmou que o Banco Central está “afinado” com as diretrizes do governo de redução de gastos públicos, em prol do uso de uma política monetária menos apertada no combate à inflação. “Estamos nos complementando nessa matéria”, disse. Mantega complementou que o BC não fez nenhuma solicitação de aperto fiscal ao ministério. Esta, no entanto, foi a interpretação de analistas econômicos ao ler a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na quinta-feira. “Não vi pedido de ajuda do Banco Central para reduzir gastos”, disse Mantega.

“Vamos cumprir a meta cheia (de superávit) em 2011, vamos fazer um ajuste de modo que isso seja cumprido, De modo que a dívida que vai terminar em 2010 em torno de 41 por cento do PIB, que já é menor que 2009 que foi 42,5 por cento; em 2011 nós deveremos terminar abaixo de 38 por cento”, disse Mantega.

Ao comentar os resultados do governo central referentes a dezembro, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse também que o governo está planejando um “contigenciamento forte” para o Orçamento deste ano.

(com Agência Estado e Reuters)

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